Preço do óleo de soja fecha 2024 com alta acumulada de mais de 20% em Belém
A análise do Dieese aponta que o óleo de soja foi o item que mais pesou no bolso do consumidor este ano
Os paraenses encerram 2024 enfrentando um cenário de alta nos preços de itens básicos da alimentação, com destaque para o óleo de soja, que registrou a maior variação entre os produtos pesquisados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA). De acordo com os dados divulgados, o óleo de soja acumulou um aumento de 23,81% ao longo do ano, superando, com folga, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que ficou em 4,84%.
Em novembro de 2024, o preço médio da garrafa de 900 ml do óleo de soja chegou a R$ 8,58, um salto de 14,40% em relação ao mês anterior, quando era comercializada a R$ 7,50. Para se ter uma ideia da magnitude dessa alta, o preço em novembro de 2023 era de R$ 6,96. Isso significa que, em um comparativo de 12 meses, o aumento acumulado foi de 23,28%.
A análise do Dieese aponta que o óleo de soja foi o item que mais pesou no bolso do consumidor em 2024. A trajetória de aumento começou logo no início do ano: em janeiro, o produto foi encontrado, em média, por R$ 8,30, valor já superior ao registrado em dezembro de 2023, de R$ 6,93. Após uma queda em outubro, o preço voltou a subir em novembro, consolidando uma alta expressiva.
Fatores que explicam a alta
Entre as principais razões para o aumento no preço do óleo de soja estão o crescimento nas exportações do óleo bruto e a redução da oferta no mercado interno. De acordo com o Dieese, a maior demanda internacional pressionou os estoques nacionais, reduzindo a quantidade disponível para os consumidores brasileiros. Essa situação, somada à elevação de custos de produção e distribuição, fez com que o valor do produto disparasse nos supermercados.
A alta também foi observada em nível nacional. Segundo o balanço do Dieese, em novembro, o preço do óleo de soja subiu em todas as 17 capitais pesquisadas. Esse cenário reflete uma tendência de mercado em que fatores globais, como o aumento da demanda por commodities agrícolas, têm impactos diretos no dia a dia das famílias brasileiras.
Reflexos no consumo e na inflação
A alta nos preços do óleo de soja é parte de um cenário mais amplo de elevação no custo de itens básicos. Em novembro, a cesta básica de alimentos comercializada em Belém também registrou aumento, refletindo uma tendência de encarecimento que foi observada ao longo de 2024.
Os dados do Dieese mostram que, em todos os períodos analisados, o aumento do óleo de soja superou a inflação. Isso significa que o produto teve um comportamento de alta mais acentuado do que o índice geral de preços, pressionando ainda mais o custo de vida das famílias.
Perspectivas para 2025
O estudo feito pelo Dieese aponta que, para o próximo ano, a estabilização dos preços do óleo de soja dependerá de fatores como o equilíbrio entre oferta e demanda no mercado interno e externo, além de condições climáticas que possam afetar a produção agrícola.
O supervisor técnico do Dieese/PA, Everson Costa, ressalta que a situação do óleo de soja reflete uma dinâmica global de mercado que nem sempre beneficia o consumidor local. "O aumento nas exportações é positivo para a economia brasileira, mas é preciso adotar medidas que protejam o mercado interno, garantindo o acesso da população a preços justos", afirma.
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