Pescado está mais caro no Pará, segundo Dieese
De 28 tipos de peixe pesquisados, 23 apresentaram crescimento nos preços
Os consumidores que escolherem comprar carne de peixe para as refeições devem encontrar o produto mais caro nos mercados municipais. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA), de 28 tipos de pescado pesquisados, 23 apresentaram aumento entre janeiro e novembro deste ano.
No período analisado, os maiores reajustes de preços foram verificados na Arraia, com alta de 34,43%, seguida da Sarda, que ficou 33,02% mais cara; depois pela Traira, que encareceu 31,67%; o peixe Serra, com alta de 28,69%; a Tainha, 27,55% mais cara; Piramutaba, com alta de 21,03% e Tucunaré, 20,31%. A Pescada Amarela, a Dourada e o Filhote, peixes considerados nobres, tiveram aumento, respectivamente, de 7,73%, 4,36% e 2,41%.
Apesar do valor da maioria das espécies ter encarecido, o Dieese também observou baixas. Os destaques foram: o Camurim, com recuo de 28,50%, seguido do Aracu com queda de 17,55% e do Bagre, que ficou 9,48% mais barato.
O dono do restaurante e comerciante Nilson Santos atribui ao período de chuvas o aumento dos preços. "Como compro pescado há muito tempo, revendo para Brasília e Goiânia, e já fui dono de barco de pesca, estou acostumado com as mudanças. Basicamente, a razão é sempre a relação entre oferta e procura. Quando chega o tempo das chuvas, muitos pescadores nem saem, pois já sabem que é mais difícil conseguir determinados tipos de peixe, como Filhote, Dourada e Pescada Amarela", afirma.
Em um supermercado de Belém, na tarde de ontem, a alta dos pescados também foi sentida. Poucos clientes chegavam perto da seção de peixaria, pois priorizavam outros tipos de carne, considerados mais em conta para o orçamento familiar. A aposentada Valdete da Cruz estranhou o aumento dos preços. "Comprei dois pedaços de Pescada Amarela que saíram a R$ 39,07. Eu achei um absurdo. Lembro de, antigamente, fazer compras semelhantes a R$ 23,00", reclama. Valdete, que não é compradora assídua de pescados, disse que só decidiu pela compra por precisar levar o produto para sua irmã, já que o preço não era atrativo.
Desde junho de 2013, o Dieese realiza semanalmente, em parceria com a Prefeitura de Belém, as pesquisas do pescado na capital. Os estudos envolvem, geralmente, a coleta de preços de 38 tipos de pescados mais consumidos, além do Camarão regional e do Caranguejo.
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