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Pará não corre risco de desabastecimento de produtos alimentícios apesar do desabamento de ponte

Infraestrutura é um ponto estratégico para rodovias importantes que conectam a outras regiões

Emilly Melo
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O desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que conecta os estados do Maranhão e Tocantins pela rodovia BR-226, não deve gerar riscos de desabastecimento de produtos alimentícios no Pará, conforme avaliam entidades representativas do Estado. Para o presidente da Associação Paraense Supermercados (Aspas), Jorge Portugal, a maior implicação será apenas um pequeno atraso na entrega das mercadorias.

“Não vai haver esse impacto, só um pequeno atraso porque há três desvios [no trajeto] que podem ser feitos. Um aumento de 250 km no percurso, o que deve aumentar em até 6 horas na entrega do produto. O setor supermercadista é um setor regulamentador com essa questão e tem um grande estoque. Isso [desabamento] traz um pequeno transtorno, mas não impede os produtos de virem para cá”, declarou Portugal.

Nesta segunda-feira (23), uma padaria de Belém divulgou nas redes sociais que a produção de um dos itens do estabelecimento seria impactada pela dificuldade no transporte de um dos ingredientes. “O transporte da manteiga, ingrediente essencial para a produção dos nossos croissants, foi severamente impactado. Informamos que, entre o Natal e o Ano Novo, poderemos não ter reposição de croissants. Apenas o que já está disponível em nosso estoque estará à venda”, informou a padaria.

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Apesar do ocorrido, o presidente do Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria do Pará (Sindipan), André Carvalho, afirma que a situação da padaria foi algo pontual, por trabalharem com uma manteiga específica para a confecção do produto. “Os outros produtos são feitos com gordura e manteiga que encontramos em Belém. Logo, não vejo que a falta dessa manteiga irá impactar na produção das padarias”, destacou o representante.

Segundo Carvalho, os estabelecimentos se preparam com antecedência para esta época do ano e as chances de ocorrer um problema com abastecimento de alimentos é pequena, especialmente neste momento.

“Com a chegada do fim do ano, as distribuidoras se abastecem para atender as demandas que aumentam nesse período. Se a reconstrução da ponte demorar, fato que não acredito, aí, sim, poderemos ter dificuldades para o abastecimento. A curto prazo não vejo esse risco, precisamos ver como será conduzido essa reconstrução”, ponderou André Carvalho.

Queda da ponte

No último domingo (22), o vão central da ponte cedeu, levando parte da estrutura a despencar sobre o rio Tocantins. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), oito veículos caíram no rio, incluindo três motos, três carretas, um carro e um caminhão carregado com ácido sulfúrico. A estrutura faz a ligação entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA) e é um ponto estratégico para rodovias importantes como a BR-226, que conecta Belém a Brasília, a BR-230, conhecida como Transamazônica, e a Ferrovia Norte-Sul.

Devido ao bloqueio total do trecho pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), a Polícia Militar informou a disponibilidade de três rotas alternativas para motoristas que partem do Tocantins e uma opção para quem vem do Maranhão.

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