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Oniomania: quando o vício em compras traz prejuízos financeiros e emocionais

Especialista explica os sinais e dá dicas para evitar descontrole.

Jéssica Nascimento
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Com o final do ano se aproximando, as celebrações natalinas e as promoções de fim de ano podem despertar um impulso irresistível de consumir. Porém, quando o ato de comprar ultrapassa a necessidade ou o limite financeiro, pode ser um indicativo de oniomania, termo utilizado para descrever o transtorno de compras compulsivas. (Com informações do Correio Braziliense) 

A psicóloga clínica e neuropsicóloga Juliana Gebrim, formada pelo Instituto de Psicologia Aplicada e Formação de Portugal (IPAF), explica que a oniomania é caracterizada por um comportamento repetitivo e impulsivo de consumo, muitas vezes associado a problemas emocionais. “Os sinais incluem compras frequentes e impulsivas, uso do consumo para aliviar emoções negativas, como ansiedade e solidão, e até esconder compras dos familiares”, alerta.

As causas do transtorno

De acordo com a especialista, a oniomania surge de uma interação entre fatores psicológicos, sociais e biológicos. “Baixa autoestima, ansiedade e depressão são comuns entre os que sofrem com o transtorno, assim como a influência do apelo publicitário e da associação cultural entre consumo e felicidade. No campo biológico, alterações no sistema de recompensa cerebral tornam o ato de comprar viciante, gerando um ciclo difícil de romper”, explica.

Ela ainda destaca que ocasiões como o Natal podem potencializar o problema. Promoções atraentes, campanhas publicitárias emocionais e a pressão para presentear amplificam a sensação de necessidade e o impulso de compra, principalmente entre indivíduos mais vulneráveis.

Dicas para evitar o descontrole

Para driblar os impulsos consumistas, a psicóloga recomenda medidas práticas:

  • Planejamento financeiro: organizar um orçamento e segui-lo com rigor pode prevenir compras impulsivas.
  • Evitar gatilhos: limite o tempo gasto em lojas físicas e online.
  • Regra das 24 horas: antes de adquirir um item não planejado, espere um dia para avaliar a real necessidade.

Se os sintomas forem mais graves, é essencial buscar tratamento. Juliana aponta que a terapia cognitivo-comportamental é especialmente eficaz para mudar padrões de comportamento compulsivo. Em casos associados à ansiedade ou depressão, a medicação pode ser necessária, sob supervisão de um psiquiatra.

A importância de buscar ajuda

“O mais importante é reconhecer os sinais de descontrole no início e buscar ajuda profissional antes que os prejuízos financeiros ou emocionais aumentem”, orienta Juliana. Ela reforça que práticas de autocuidado e consciência sobre o consumo são essenciais, especialmente em períodos de forte apelo comercial, como o Natal.

Com planejamento e atenção aos sinais, é possível escapar do ciclo da oniomania e adotar hábitos mais saudáveis de consumo. Afinal, o verdadeiro espírito do Natal não se resume às compras, mas aos momentos compartilhados com quem amamos.

 

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