Número de famílias endividadas cai graças ao programa ‘Desenrola’

Criado em julho pelo governo federal com o objetivo de renegociar dívidas, o programa ainda chegará aos brasileiros com faixa de renda de até dois salários mínimos

Igor Wilson

O número de famílias endividadas no Brasil diminuiu. Um recuo ainda tímido, mas considerado relevante por ser o primeiro desde novembro de 2022. A proporção de famílias endividadas no país saiu de 78,5% em junho para 78,1% em julho, queda de 0,4 ponto porcentual. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, divulgados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Os especialistas da CNC atribuem a diminuição do número de famílias endividadas à execução do ‘Programa Desenrola’, criado em julho pelo governo federal com o objetivo de renegociação de dívidas bancárias de pessoas com renda entre R$ 2,6 mil e R$ 20 mil. No Pará, onde o percentual de famílias endividadas foi de 67,3% em março, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), produzida pela Federação do Comércio do Pará (Fecomércio-PA)., ainda não há como notar a diferença, mas há esperança.

“Apesar de ter sido uma queda aparentemente pequena, é um resultado extremamente expressivo, que mostra que o programa Desenrola, do governo federal, está conseguido mitigar os efeitos desse endivdamento das famílias brasileiras. Essa queda acompanha também o ritmo da inflação. Então você tem um efeito positivo, porque o número de famílias endividadas cai, a inflação também, e com isso você tem uma sobra de renda para que essas famílais possam efetuar novos gastos”, diz o economista André Cutrim, professor da UFPA e doutor em Desenvolvimento Econômico.

Programa ainda chegará à maioria dos brasileiros

A pesquisa mostra que o endividamento atinge famílias ricas e pobres. No grupo com renda familiar de três a cinco salários mínimos mensais, a fatia de endividados caiu 0,7 ponto porcentual, passando de 79,3% em junho para 78,6% em julho, menor nível desde junho de 2022. Na faixa de renda de cinco a dez salários mínimos mensais, também houve queda de 0,7 ponto porcentual na proporção de endividados, que recuou de 78,1% em junho para 77,4% em junho, a menor desde janeiro deste ano.

No grupo mais rico, que recebe mais de dez salários mínimos mensais, a proporção de endividados foi considerada estável, ficando em 74,9%. Já entre os mais pobres, com renda familiar até três salários mínimos, a fatia de endividados cresceu 0,2 ponto porcentual, de 79,2% em junho para 79,4% em julho.

A expectativa é que o número de famílias endividadas apresente uma redução maior quando o programa do governo federal chegar aos consumidores com uma faixa de renda de até dois salários mínimos, ou seja, a maioria dos brasileiros. "Os consumidores com até 2 salários mínimos com CPF negativado por conta de dívidas de até R$ 5 mil são o público priorizado pelo Desenrola, mas a operação do programa para esse grupo começa somente em setembro", ponderou a nota da CNC.

Segundo André Cutrim, quando o Desenrola chegar ao público com renda de até dois salários mínimos, o número de famílias endividadas apresentará uma redução ainda mais significativa. “A tendência é de haver algo mais favorável até o mês de outubro, quando esse número certamente irá cair ainda mais. Isso mostra que as políticas governamentais são importantes para mitigar os efeitos do endividamento no nosso país”, completou.

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