Mercado de estética atrai cada vez mais profissionais da saúde

Odontólogos, enfermeiros e biomédicos estão migrando para o setor de estética e se profissionalizando na área

Tamyres Damasceno, Especial para O Liberal

De acordo com o Grand View Research, empresa de consultoria e pesquisa de mercado, o mercado de estética no Brasil tem uma projeção de crescimento de 16,5% até 2030, com um faturamento milionário. No cenário global, a previsão é de um aumento de 14,7%. Em ambos os casos, os procedimentos não invasivos ou minimamente invasivos lideram as preferências e concentram as expectativas de expansão.

Diante desse panorama, profissionais de saúde, como odontólogos, enfermeiros e biomédicos, estão migrando para o setor de estética, atraídos pelo potencial de crescimento e oportunidades de especialização.

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Qualidade de vida no mercado estético

A flexibilidade na agenda e a melhora na qualidade de vida foram determinantes para a odontóloga Magna Costa ingressar no setor estético. Desde 2013, quando decidiu mudar de área, ela conseguiu equilibrar a rotina de trabalho com sua vida pessoal.

image Odontóloga Magna Costa conta como escolheu ingressar no mercado da estética (Foto: Carmem Helena)

“Eu vejo mesmo pela qualidade de vida que nós temos quando decidimos trabalhar com a estética. Eu vejo mais qualidade de vida, eu vejo o meu tempo de trabalho reduzido. Eu consigo hoje fazer minhas atividades, ir para a minha academia, participar das atividades fora do consultório, porque a harmonização traz isso para a gente. Consigo hoje fazer mais coisas durante o dia porque ela não me deixa tão refém do consultório”, destaca.

Ao conciliar a odontologia com a estética, Magna organiza sua agenda de forma personalizada, adaptando-a às demandas diárias. “Somei as duas áreas e estou cada dia mais encantada e mais envolvida com a área da harmonização orofacial. A parte de harmonização orofacial eu trabalho desde 2013, mas já tenho de profissão 20 anos e não me vejo fazendo outra coisa”, relata.

Oportunidade e realização

Para a odontóloga especialista em harmonização orofacial Luana Carolyne, o setor estético tem maior demanda em seu consultório do que os serviços odontológicos. Percebendo a carência de profissionais da área em sua região, decidiu investir na especialização.

“Eu resolvi migrar para essa área quando eu percebi que aqui onde eu tenho a minha estrutura de consultório montada, não tinha tanta gente trabalhando assim na área que eu me identifico. Eu sempre quis trabalhar na área e, quando abriu a especialização de harmonização orofacial, eu vi uma oportunidade de migrar para esse setor. Eu sou formada em odontologia há sete anos e já estou atuando no mercado estético há um ano e meio, e estou super realizada”, afirma.

Mercado de estética atrai cada vez mais profissionais da saúde

Impacto das redes sociais

A valorização da aparência nas redes sociais tem impulsionado a procura por procedimentos estéticos, segundo Magna Costa. Ela ressalta que o acesso à internet influencia diretamente a busca por padrões de beleza.

“O jovem, o adolescente, querem ter um padrão de perfeição, e a harmonização orofacial não se trata disso, se trata de melhorar a autoestima, se trata de deixar você realçar a beleza que você já tem sem mudar as suas características originais”, explica.

Já na clínica da doutora Luana, o tratamento para manchas é o mais procurado, especialmente devido ao clima tropical de Belém, que favorece o surgimento de melasma. “Acredito que, por causa do nosso clima, a maioria das mulheres apresenta uma pele propensa a ter melasma. Então, a maior procura, o carro-chefe aqui da estética, é tratamento para manchas”, comenta. Atualmente, o setor de estética representa cerca de 40% de seu faturamento mensal, uma renda que não existia antes de atuar na área.

Diversidade do público

A demanda por procedimentos estéticos tem crescido entre mulheres acima de 40 anos, motivada pela maior divulgação e acessibilidade dos tratamentos. “Eu tenho uma grande procura dessa faixa entre 45 a 60. Hoje mesmo atendi uma senhora de 72 anos. Eu acredito que com a mídia, elas estão tendo acesso às redes sociais e estão entendendo: ‘Poxa, eu também posso fazer’. É isso que tem acontecido. Porque harmonizar não é somente deixar bonito, né? É cuidar também da fisiologia”, acrescenta Magna.

image Aos 56 anos, Angela Menezes aderiu aos procedimentos estéticos (Foto: Carmem Helena)

Angela Menezes, de 56 anos, exemplifica esse movimento. Após seis meses de tratamento, ela percebeu mudanças positivas em sua autoestima. “Eu quero arrumar meu rosto, porque eu sou uma pessoa que gosto, amo meu rosto. Aí veio a doutora, começou a fazer o procedimento, e quando eu vi, eu disse: vou fazer porque preciso, para ficar melhor meu rosto. Eu consegui, comecei a fazer com ela, e hoje estou achando uma experiência muito legal. Eu poder tirar uma foto, eu poder ver o meu rosto”, relata.

O público masculino também tem aderido às clínicas de estética, apesar da predominância feminina. “Hoje os homens procuram a harmonização para fazer preenchimento de mandíbula, malar. Alguns procuram para fazer lábio também. Então essa questão de gênero, a gente diz até assim, já caiu por terra, não existe mais essa diferença”, conclui.

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