Medicilândia promove capacitação para impulsionar a indústria do chocolate
Curso de gestão e precificação busca fortalecer a verticalização do cacau na região do Xingu, no Pará.
Nos dias 16 e 17 de dezembro de 2024, a Associação BioTec-Amazônia realizou, em Medicilândia, um curso de capacitação em Gestão de Fábrica de Chocolate e Precificação de Produtos. O evento reuniu produtores locais na sede da Prefeitura e faz parte do projeto de Capacitação Tecnológica para atores da cadeia de cacau e chocolate na Região do Xingu, promovido em parceria com o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.
O chocolatier Fabio Sicilia, responsável pelo módulo de precificação, destacou a importância de estratégias sólidas de gestão para a sustentabilidade das empresas. “Com mais fábricas de chocolate na região, a produção de cacau verticalizado aumenta, gerando maior valor agregado para o Estado”, enfatizou. Sicilia também chamou atenção para a necessidade de ações conjuntas para alcançar novos mercados e garantir benefícios para todos os envolvidos.
Desafios para pequenos produtores
Silvia Tevisan, do Sítio Lindo Dia, ressaltou como o curso contribuiu para sua atuação como chocolateira artesanal. Embora tenha experiência com o manejo de cacau e chocolate, ela destacou a dificuldade em precificar os produtos. “Mensurar custos e valorizar nossos produtos é um grande desafio para pequenos produtores”, afirmou.
Para ela, entender a gestão de negócios e aprender a definir preços justos é essencial tanto para produtores quanto para consumidores. Isso permite a inserção de pequenos empreendimentos no mercado, garantindo competitividade com produtos de alta qualidade.
Verticalização como estratégia para o desenvolvimento
Reconhecida como uma das maiores produtoras de cacau do Brasil, Medicilândia tem investido na verticalização do cacau como estratégia para fortalecer sua economia. Amarilis Aragão, coordenadora do Escritório de Gestão de Projetos da BioTec-Amazônia, explicou que a capacitação inclui desde o manejo do cacaueiro até temas como precificação e gestão. “Esses cursos atendem às demandas mais urgentes da cadeia produtiva, preparando a região para maior competitividade”, destacou.
O processo de verticalização não apenas fortalece a indústria local, mas também incentiva a colaboração entre os produtores. Sicilia ressaltou que trabalhar em união é essencial para evitar disputas e aumentar as oportunidades. “Quando todos colaboram, é possível garantir uma fatia maior do mercado, sem brigar por pequenas migalhas”, disse.
Capacitação regional e impactos futuros
O programa da BioTec-Amazônia contempla capacitações em oito municípios do Xingu, incluindo Altamira, Anapu e Pacajá. A meta é treinar 700 profissionais da cadeia de cacau e chocolate entre janeiro de 2024 e março de 2025. Sérgio Alves, diretor de Articulação Público-Privado, afirmou que a aceitação entre os produtores tem sido muito positiva. “Estamos preparando a região para a próxima safra, que promete ser a maior dos últimos anos”, concluiu.
Futuro promissor para a indústria do chocolate no Xingu
A iniciativa busca não apenas promover capacitações, mas também fomentar a formação de mão de obra qualificada e fortalecer a colaboração entre instituições regionais. Com foco na gestão eficiente e na verticalização do cacau, Medicilândia e os demais municípios da região vislumbram um futuro em que o cacau paraense será referência nacional e internacional em qualidade e valor agregado.
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