Indústria e Serviços impulsionam PIB; confira cenário econômico no Pará
Economista e líderes do setor produtivo paraense analisam panorama local
O PIB brasileiro cresceu 0,9% frente ao trimestre anterior, na série com ajuste sazonal, ou seja, em períodos específicos. O dado é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado no dia 1º deste mês e atualizado no último dia 6.
Em Belém, o economista Sérgio Felipe observa que a análise do Instituto não disponibiliza informações específicas para o Pará, em razão disso, deve-se buscar outras pesquisas para entender o panorama paraense.
Sérgio enfatiza que a variação positiva do PIB nacional surpreendeu a maioria dos analistas de mercado. "Um impulso gerado pelos setores de indústria e serviços, aliado ao aumento do consumo das famílias, decorrente dos incentivos à compra de veículos e do aumento do valor do Bolsa Família e do salário-mínimo”.
Integrante do Conselho Regional de Economia do Pará e Amapá (Corecon AP/PA), o economista acrescentou: “em relação à agricultura no estado, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas, em junho, teve crescimento acumulado anual de 6,7%, segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola do próprio Instituto".
Sobre o mercado formal de emprego, Sérgio Felipe disse que no Pará, entre janeiro e junho deste ano, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) registrou, "um saldo positivo de 30.655 postos de trabalho, representando um aumento de 4%”, afirmou.
Bom desempenho da Indústria extrativa no Pará
O economista informou, também, que, "a produção industrial paraense demonstrou, por sua vez, uma variação acumulada ao ano de 5,5% em junho de 2023. Destaca-se o desempenho positivo da indústria extrativa, com um aumento de 7,7%, enquanto a indústria de transformação enfrentou uma queda de 5,7%, conforme dados da Pesquisa Industrial Mensal do IBGE”
Presidente da Federação das Indústrias do Pará (Fiepa), Alex Dias Carvalho frisou que segmentos como a mineração, a agricultura e a construção civil têm grande participação nos índices da economia estadual e esses setores se mostram atrativos.
"Os investimentos nesses três setores têm sido impulsionados por incentivos privados e públicos que, consequentemente, geram um impacto positivo com a criação de novos postos de trabalho”, afirmou o titular da Fiepa. “Acreditamos que o fechamento do ano de 2023 será positivo”, complementou.
No entanto, Alex Carvalho disse que “a longo prazo, para que os resultados positivos da indústria de transformação sejam realmente percebidos de forma abrangente na sociedade paraense, há uma necessidade urgente de medidas estruturantes, como uma infraestrutura de transporte e de logística adequadas, que possam trazer maior competitividade aos nossos produtos”.
Seguros e Atividades imobiliárias crescem na área de Serviços
Voltando aos dados do IBGE sobre o aumento de 0,9% no PIB, o setor de Serviços é apontado como o segundo a contribuir. E, os resultados positivos foram constatados, entre outras atividades, no setor de Seguros e serviços relacionados (1,3%) e Atividades imobiliárias (0,5%).
Na quarta-feira (6), em entrevista exclusiva ao Grupo Liberal, Thiago Ayres, superintendente de Estudos e Projetos da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), destacou o bom desempenho da economia como um todo como fator importante para a área dos Seguros.
"Há o crescimento do PIB, inflação controlada e queda nos juros. Isso, conjugado com a melhora da renda impulsiona o consumo, abrindo espaço inclusive para o seguro, e para a poupança, com impacto positivo para produtos como previdência e capitalização”, disse o titular da CNseg.
Previdência se destaca na área de seguros
Thiago Ayres afirmou que a previdência representa quase a metade da arrecadação do setor (desconsiderando a saúde suplementar), com esse ramo voltando a ter crescimento de dois dígitos.
"Entrando, nos dados microeconômicos, podemos dizer que: o programa do governo (federal) de abaixar o preço do automóvel levou a um aumento das vendas em junho e julho, e isso pode acarretar em mais contratações de seguro Automóvel, dado que a grande maioria da frota segurada é de carro 0km; o PSR (Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural) e a possível suplementação de recursos podem impactar positivamente o seguro Rural; a melhora na indústria também tem impacto positivo nos seguros de Transportes; e o novo PAC terá efeito direto no seguro Garantia e Riscos de Engenharia”, opinou Ayres..
Perguntado sobre a projeção da Confederação Nacional das Seguradoras para essa reta final do ano, Thiago Ayres projetou crescimento de 11,1% para 2023 e de 9,8% para 2024. "Esses dados serão atualizados ainda este mês, considerando o atual cenário econômico e o desempenho recente do setor”, disse.
Lojistas e Comércios
O Sindicato dos Empresários do Comércio do Pará (Sindilojas) reiterou o fato da metodologia utilizada pelo IBGE se centrar no PIB nacional, sem análise específica para o estado. O último resultado do PIB oficial disponível para o Pará é referente ao ano de 2020, quando o PIB paraense apresentou retração de -0,2%, o setor de Serviços, 1,9%, e o Comércio registrou variação em volume de 7,1% e contribuiu com 47% do PIB Pará.
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