Inadimplência é realidade para 40,29% dos paraenses

Cerca de 2,5 milhões de paraenses estão inadimplentes e, juntos, devem mais de R$ 9,6 bilhões, com média de R$ 3,8 mil, em dívidas, para cada um. Os números são referentes ao mês de agosto de 2023, e fazem parte do Mapa da Inadimplência da Serasa, levantamento mensal que apresenta o cenário de endividamento no Brasil. 

No comparativo com o mês de abril deste ano, ou seja, há quatro meses, todos os números aumentaram em agosto. Em abril passado, eram 2.489.406 milhões de pessoas inadimplentes, ou seja, 39,79% da população; agora, são 40,29% dos paraenses.

A Serasa não é um órgão governamental, como muita gente pensa, é uma empresa privada e se consolidou como uma referência em análises e informações para decisões de crédito. Em outras palavras, ela tem um banco de dados que, reunidos, definem o perfil de crédito de milhões de brasileiros. Atualmente, são feitas mais de seis milhões de consultas diárias por mais de 500 mil clientes.

Maioria da dívidas são com bancos, varejo e contas de água e luz  

No recorte estadual, a análise da Serasa aponta que, em agosto, as maiores dívidas no Pará se concentram em três setores: Bancos e Cartões (32,16%), Varejo (18,54%) e Utilitárias (contas de gás, água e luz) (10,80%).

Entre as faixas etárias, os maiores inadimplentes estão entre 26 e 40 anos (36,3%), seguidos pela população entre 41 e 60 anos (33,9%) e por pessoas acima de 60 anos (15,4%).

Conforme o levantamento, o número de brasileiros que não conseguem pagar as contas voltou a subir em agosto, após dois meses consecutivos em queda. Ao todo, são 71,74 milhões de inadimplentes no país. Desse total, 320 mil são novas pessoas nessa situação, em relação ao número registrado em julho.

Um dos fatores de impacto foi o crescimento de 2,97 p.p. do setor de contas utilitárias (contas de gás, água e luz) desde o início deste ano. Isso representou 24,47% das dívidas – maior valor da série histórica, divulgada pela Serasa a partir de janeiro de 2019.

A Serasa informa que dispõe de programas para contribuir para a queda da inadimplência e melhorar os dados. A empresa tem por exemplo, o programa oficial Serasa Limpa Nome, entre outros canais para negociação de débitos. Mais informações podem ser conferidas no site em www.serasa.com.br e pelas redes sociais no @‌serasa.

Dicas para sair da inadimplência
 

Em Belém, o economista Nélio Bordalo Filho observa que é importante não confundir os termos endividamento e inadimplência. Ele explica que endividamento se refere a qualquer pagamento futuro assumido no tempo, e a inadimplência é quando não se consegue pagar o compromisso financeiro na data de vencimento.

"Portanto, faturas atrasadas são exemplos de inadimplência enquanto que parcelas futuras no cartão de crédito se enquadram em endividamento”, destaca Nélio Bordalo Filho, conselheiro do Conselho Regional de Economia dos Estados do Pará e Amapá (Corecon).

Reconheça que existe o problema. Como em qualquer mudança na vida, o primeiro passo para que elas aconteçam é reconhecer que existe um problema e aceitá-lo, pois só assim as medidas e estratégias necessárias podem ser tomadas com racionalidade.

Analise a sua situação. Após reconhecer o problema e o aceitar, o segundo passo é fazer o levantamento de todos os boletos e contas.
Saiba priorizar e tomar ações imediatas. Já com a lista de dívidas e também das contas que estão gerando inadimplência, é importante seguir os seguintes passos:
Entre em contato com o banco e operadora de cartão de crédito e lojas que estão com os pagamentos atrasados e negociar dentro da possibilidade de sua capacidade de pagamento, dessa forma a dívida não vai virar uma bola de neve em função dos juros altos;

Na negociação é importante assumir compromissos mensais em parcelas que você possa pagar, sem prejudicar o orçamento familiar.

Se for possível, faça empréstimo com juros mais baixos para pagar contas atrasadas que possuem juros elevados, principalmente cartão de crédito e cheque especial.

Mude seus hábitos, não faça mais dívidas, evite desperdícios e compras desnecessárias.