Ilhas de Belém: economia é impulsionada por empreendedoras de olho na COP 30

Parcerias públicas e privadas estão focando em capacitações para os negócios locais

Maycon Marte
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A economia das ilhas que fazem parte da região de Belém é tradicionalmente voltada para atender aos visitantes, em especial, nos segmentos de hotelaria, alimentação e turismo. Em preparação à Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, a COP 30, que será sediada na capital paraense, em 2025, entidades públicas e privadas têm investido na capacitação dos prestadores desses serviços. Em Cotijuba, o Movimento de Mulheres das Ilhas de Belém (MMIB), utiliza os recursos da região e prepara mulheres para empreenderem, em um exemplo bem-sucedido de economia sustentável.

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“A partir das preparações e dos conhecimentos que a gente teve, eu posso dizer que 20% do crescimento do meu negócio é devido a isso porque dificilmente a gente conseguia sair daqui para fazer curso lá fora, então muito do que a gente aprendeu para gerenciar, a gente aplicou no nosso próprio negócio e isso faz com que ele funcione melhor”. O relato de Adriana Lima, proprietária de pousada e uma das coordenadoras do MMIB, enfatiza um dos impactos dos investimentos na rotina dos empreendedores e na economia local. Ela contribui com o movimento desde a sua fundação e viu o desenvolvimento das ações e a chegada das parcerias, com preparações voltadas ao ecoturismo.

O MMIB interliga empreendimentos dentro dos segmentos tradicionais do turismo, mas, passou a preparar a partir das capacitações, atividades que dialoguem positivamente com a preservação da ilha. Lá, a artesã Daniele da Conceição, que trabalha na produção de biojoias e também compõe a coordenação do movimento, é fruto destes incentivos à sustentabilidade.

“Foi através de cursos de capacitação do MMIB que eu comecei a desenvolver as biojoias, com sementes, com folhas… Nós tivemos uma capacitação de 2009 para 30 mulheres no qual aprendemos a desenvolver os produtos dentro da ilha, com a semente que nós tínhamos, com a semente de tucumã, anajá, mucajá…”, detalha a artesã.

Parcerias

As ações do grupo contam com a participação de parceiros públicos, privados e organizações não governamentais. Entre as instituições parceiras, a empreendedora Glaucia Silva, a frente do MMIB, destaca além das preparações voltadas ao mercado, projetos socioambientais focados em aproveitar a estrutura e os recursos da ilha. Alguns exemplos são: a produção de farinhas diversas com auxílio da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), educação ambiental em redes de ensino infantil e a tradicional capacitação das empreendedoras, seja na conclusão do ensino formal ou específico sobre gerenciamento de negócios.

“Através desses cursos de capacitação, que a gente traz dentro do movimento para a comunidade e os empreendedores, que a gente ajuda os empreendedores das ilhas e nós, que também somos empreendedores, as nossas necessidades na parte de gastronomia, de hotelaria, de atendimento ao público. Sempre procuramos trazer cursos para facilitar e profissionalizar as pessoas na ilha para melhor atender, já que a COP 30 está bem aí. É através desses parceiros que vêm os cursos, eles conversam e veem a nossa necessidade, aí fazemos a mobilização dentro da ilha, e trazemos esses cursos para ajudar os empreendedores e os comerciantes”, afirma.

COP 30

Após o mapeamento dos empreendimentos situados nas ilhas de Belém, especialmente em Cotijuba e Combu, por terem uma maior atividade econômica, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), têm contribuído com a capacitação dos empreendedores. Segundo a entidade, foram catalogados até o último ano na ilha do Combu, em torno de 60 empreendimentos, já na região de Cotijuba, foram identificados até este ano, cerca de 100 estabelecimentos comerciais. O objetivo dessa coleta de dados, foi compreender os principais desafios e necessidades dos comerciantes locais, como esclarece Nilberto Corrêa, coordenador da Agência Metropolitana do Sebrae no Pará.

“Esse estudo serviu de base para a atuação do Sebrae/PA, visando o desenvolvimento dessas regiões e recentemente fizemos outra sondagem. É importante frisar que esses levantamentos são feitos em conversas com os próprios empreendedores, a fim de conhecer a realidade deles e oferecer os produtos e serviços do Sebrae, mas, levando em consideração o cenário local e suas especificidades”, pontua.

A realização de um dos maiores eventos das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, a COP 30, que ocorrerá no ano de 2025, em Belém, intensifica a aproximação da instituição com os empreendedores. Para o Sebrae, é um momento de oportunidades aos empreendedores e para o turismo no estado. Nesse sentido, o porta-voz reforça o papel destes comerciantes, que atuarão diretamente com os visitantes recebidos durante a realização do evento na capital paraense.

“Nosso foco de atuação tem sido em ações de capacitação e consultorias para negócios dos segmentos de hospitalidade, mobilidade e alimentos e bebidas, três dos quatro eixos de trabalho que definimos – o outro é economia criativa, em temas como atendimento, marketing digital, inovação de cardápios, entre outros. A COP é um marco para os pequenos negócios paraenses, e deve deixar um legado que, definitivamente, vai posicioná-los como protagonistas do desenvolvimento sustentável da região”, conclui Corrêa.

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