Haddad afirma que Lula vetará jabutis que poderiam elevar conta de luz
Pontos do PL da Dívida dos Estados também serão vetados
Os chamados "jabutis" incluídos no Projeto de Lei das Usinas Eólicas Offshore, que podem aumentar a conta de luz dos brasileiros, serão vetados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A informação foi confirmada nesta quinta-feira (09/01) pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. "Jabutis" são dispositivos incluídos em projetos de lei sem relação com o tema original.
O texto, aprovado pelo Senado no final do ano passado, deve ser sancionado ou vetado até esta sexta-feira (10/01). Segundo Haddad, os ministérios envolvidos no projeto recomendaram unanimemente o veto.
“Todos os ministérios que se manifestaram foram unânimes em relação a isso [ao veto dos 'jabutis'], principalmente porque há um grave prejuízo à economia popular. A conta de luz das pessoas mais pobres seria diretamente impactada por essa decisão”, destacou Haddad antes de participar de uma reunião com o presidente Lula.
Durante a votação do marco regulatório da energia eólica, em dezembro, o Senado manteve três artigos introduzidos pela Câmara dos Deputados. Esses artigos favorecem termelétricas a carvão e gás natural, que são mais caras, elevando o custo de distribuição de energia em R$ 22 bilhões anuais até 2050. Segundo associações do setor elétrico, isso representaria um aumento de 9% na conta de luz.
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Entidades ambientais e empresas de energia criticaram a inclusão desses dispositivos no projeto. O veto aos "jabutis" busca evitar prejuízos significativos à população, especialmente às famílias de baixa renda.
Impacto primário
Haddad também comentou sobre o projeto de lei referente à renegociação da dívida dos estados, que precisa ser sancionado ou vetado até o dia 13. Segundo ele, o presidente Lula deve vetar trechos que afetem a meta de resultado primário – diferença entre receitas e despesas do governo, excluindo os juros da dívida pública.
“Tudo que tenha impacto primário deve ser vetado. Alguns itens do projeto afetam tanto as finanças estaduais quanto federais”, afirmou o ministro. Ele explicou que o acordo com o Congresso para a aprovação do projeto dependia de não haver impacto sobre as contas públicas.
De autoria do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a proposta cria um programa especial de socorro aos estados. O programa prevê o parcelamento das dívidas em até 30 anos, com juros mais baixos que os atuais. O governo sugeriu que estados que investissem mais em educação tivessem benefícios adicionais, mas o Congresso flexibilizou essa exigência.
Os estados interessados em aderir à renegociação especial têm até 31 de dezembro deste ano. Atualmente, a dívida estadual com a União está estimada em R$ 765 bilhões, sendo mais de 90% concentrada em quatro estados: Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Goiás.
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