Greve dos rodoviários causa um recuo de 20% das vendas no comércio para o Dia das Mães, em Belém
Sindilojas afirma que funcionários têm dificuldades para chegar ao trabalho e clientes de ir às compras na semana que começam a receber seus salários
O Sindicato do Comércio Varejista e dos Lojistas de Belém (Sindilojas) afirmou, nesta quarta-feira (4), que a greve dos rodoviários da região metropolitana causou um recuo de 20% nas vendas do comércio para o Dia das Mães, comemorado no próximo domingo, dia 8. De acordo com o presidente da entidade, Eduardo Yamamoto, funcionários têm dificuldades para chegar ao trabalho e clientes, justo na semana em que começam a receber seus salários, de ir às compras.
“A greve dos rodoviários impacta diretamente no fluxo de clientes em nossas lojas, principalmente nesse período do mês que os clientes receberam seus salários. Além desses desafios, os lojistas enfrentaram outros problemas, como por exemplo, como garantir o transporte dos funcionários para o funcionamento das lojas, e vimos que o mercado é até resiliente, porque verificamos lojistas indo buscar funcionários de carro próprios, ou disponibilizando rendas extras para que pudessem pagar aplicativos de mobilidade urbana”, detalhou Eduardo.
O presidente do Sindicato lembrou ainda que foram relatados casos de funcionários combinando entre si para dividir as corridas de aplicativo, tudo para garantir que as lojas mantivessem o funcionamento normal. “Queremos garantir que as adversidades sejam superadas. As lojas estão funcionando normalmente para que o cliente na véspera do Dia das Mães encontre a loja abastecida e em pleno funcionamento”, finalizou.
Apesar das dificuldades, uma pesquisa da Federação do Comércio do Estado (FeComércio/PA) apontou que as intenções de compras dos consumidores em 2022 devem ser 5% maiores que no ano passado. Mesmo que um percentual pequeno, podendo variar para mais ou menos dependendo do segmento do comércio, a expectativa é positiva. Outros dois fatores que também impactaram essas vendas são a inflação e os juros mais altos, bem mais elevados que anos anteriores, o que dificulta as vendas e o volume financeiro para o comércio e serviços.
De acordo com a pesquisa, 96% tem a intenção de comprar presentes, mas 48% pretendem desembolsar o mesmo valor gasto nas compras do presente ano passado e outros 21,3% ainda menos do que gastou na data em 2021. Desse total, apenas 16% acredita que irá ter um gasto maior do que ano passado e 14,7% não fez a comparação por não ter comprado em 2021.
Dos que responderam que não iriam comprar este ano, 48% informou que o motivo seriam as dificuldades financeiras ou até mesmo a situação de desemprego. Outras razões apontadas pelos entrevistados na pesquisa para as dificuldades de presentear as mães na data, de maneira geral, são o baixo poder aquisitivo e a renda média das famílias. A taxa de endividamentos das famílias em abril deste ano é de 65,6%, e deste percentual 31,5% estão com dívidas atrasada.
Previsão de gasto médio é de R$ 200
O levantamento da FeComércio/PA revela que o gasto médio com presente é de até R$ 200 (78,6%) – sendo que 41,3% pretendem gastar até R$ 100; 37,3% de R$ 100 até R$ 200; 10,7% de R$ 200 a R$ 300; 5,3% no intervalo de R$ 300 a R$ 400; 1,4% de R$ 400 a R$ 500; e apenas 4% acima de R$ 500.
Nas pesquisas, lideram a lista de presentes vestuário, bolsas e calçados (50,7%), perfumes/cosméticos (12%) – com mesmo percentual de preferência estão acessórios, bijuterias, óculos, relógios; além de flores, chocolates e cesta de café da manhã (9,3%), artesanatos e lembrancinhas (5,3%), e eletrodomésticos e objetos de decorações (4%).
Quanto aos principais locais de compra desses presentes, o Shoppings Centers aparecem com 46,7% e o comércio popular ou de rua com 20% das intenções dos consumidores, mas o comércio eletrônico vem crescendo na preferência, com 10,7%. Com relação às formas de pagamento, a maioria (52%) pretende pagar à vista, pelo cartão de débito ou pix; seguido de uma parcela que prefere optar pelo pagamento de forma parcelada no cartão de crédito ou da loja ou boleto (34,7%).
Suziane farias atua na administração de uma empresa e conta que esse ano está planejando dar uma cesta de café da manhã para a mãe, Simone. No ano passado, o orçamento era um pouco melhor para o presente, mas, com o aumento dos preços em todos os segmentos, ela decidiu gastar um pouco menos esse ano. “Estou pesquisando ainda, não sei se vou dar uma cesta de café da manhã, ou uma tábua de frios. Sempre compro uma bolsa, ou uma blusa, mas esse limite coloquei um limite máximo de R$ 130, porque as coisas estão difíceis”, relata.
A jornalista Gabriela Sobral conta que também tinha um teto de gastos maior no ano passado, quando preparou uma espécie de programação para o Dia das Mães, com almoço e reunião de família. “Tudo estava mais barato, por isso fiz toda uma programação, almoço, convidei várias pessoas, uma parte dos presentes foi esse investimento na comemoração. Esse ano cortei isso, vamos fazer uma macarronada na casa do meu avô com meu irmão, só a gente mesmo”, diz. “Ano passado tinha dado uma caixinha da Granado com vários produtos, porque minha mãe gosta muito de cosméticos. Esse ano coloquei um teto de gastos de R$ 40 e vou comprar um perfuminho imitação de alguma fragrância que goste em uma loja de departamento”, finaliza.
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