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Frutas regionais e da estação são alternativas para economizar na ceia de Natal

Gastróloga Giselle Arouck destaca opções mais acessíveis de frutas amazônicas e como utilizá-las em pratos natalinos

Iury Costa*

A instabilidade econômica do Brasil em 2024, com alta inflação e valorização do dólar, tem impactado diretamente o custo de vida dos brasileiros. Um dos reflexos disso é o aumento significativo nos preços das frutas, que registraram uma variação de 11,57% ao longo deste ano, no Brasil, e de 14,5% em Belém, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) relativos ao mês de novembro, divulgados na última semana. Nesse cenário, buscar alternativas econômicas para a ceia de Natal tornou-se essencial.


Para economizar na ceia, os consumidores podem buscar alternativas na hora de comprar frutas. A gastróloga Giselle Arouck sugere que sejam priorizadas frutas regionais e da estação, especialmente as produzidas no bioma amazônico durante o período chuvoso. “As frutas da nossa região, como bacuri, cupuaçu, pupunha e araçá-boi, são abundantes nessa época do ano e acabam sendo mais competitivas em termos de preço”, explicou.

Segundo Giselle, o custo das frutas varia entre centros de distribuição, mercados e supermercados. Na Ceasa, por exemplo, uma caixa de pupunha custa cerca de R$ 50, enquanto o preço por quilo nos supermercados chega a R$ 40. Já o cupuaçu pode ser encontrado por R$ 10 a unidade em grandes centros de distribuição, ou R$ 20 o quilo em mercados convencionais.

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“As frutas da estação acabam sendo uma escolha inteligente para quem quer economizar. Por exemplo, a pupunha pode ser adquirida a um preço mais baixo na Ceasa, mas mesmo em supermercados ainda é uma boa opção para compor a ceia”, destacou.

Outras frutas amazônicas como araçá-boi, muruci e tucumã também são alternativas interessantes e de preços acessíveis.

Como utilizar as frutas na ceia

A gastróloga também sugere formas criativas de incorporar essas frutas à mesa natalina. “A pupunha caramelada com açúcar ou melaço é perfeita para acompanhar pratos de peixe ou carne. É simples de fazer e muito saborosa”, afirmou.

Para sobremesas, ela recomenda frutas como bacuri e cupuaçu. “Você pode fazer uma taça da felicidade com pudim de bacuri ou com bolo de bacuri. Se você vai utilizar o cupuaçu, tem a torta Maria Isabel, que é muito boa, muito saborosa, cujo recheio é de cupuaçu. Ela também é coberta com um pouco de doce de cupuaçu".

O araçá-boi é outra boa opção para sobremesas. “Ele vai muito bem, inclusive com o chocolate regional. Então, dá para fazer uma tacinha do creme de araçá com uma camada de chocolate”, explica Giselle.

Para garantir a qualidade até o Natal, Giselle recomenda congelar as frutas processadas, como polpas ou pedaços, logo após a compra. No caso da pupunha, é ideal cozinhá-la antes de congelar. O descongelamento deve ser feito gradualmente, passando a fruta para a geladeira 24 horas antes do uso, para evitar alterações de sabor ou risco à saúde.

Apesar de frutas importadas como uvas e maçãs ainda estarem presentes no imaginário natalino, Giselle acredita que os sabores amazônicos também têm espaço na ceia. “A cultura alimentar paraense é muito forte e ancestral. Mesmo no Natal, quem tem tradição com o açaí, o doce de cupuaçu ou o bacuri não abre mão dessas delícias, que fazem parte da identidade local”, finaliza.

*(Iury Costa, estagiário de jornalismo sob supervisão de Keila Ferreira, coordenadora do Núcleo de Política e Economia)

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