Financiamento de energia solar é alternativa para interessados no serviço
Tecnologia consegue economizar até 90% na conta de energia
Alternativa sustentável e econômica, o interesse por energia solar é crescente no estado, como definiu o dono de uma loja na região metropolitana de Belém, Alexandre Costa, à reportagem de O Liberal. No período do último ano, segundo ele, a busca pelo financiamento do serviço cresceu “em torno de 23% a 26%”. A opção do financiamento através de bancos ou correspondentes bancários torna a aplicação da tecnologia, que pode custar em torno de R$ 10 mil, mais viável tanto para pessoas físicas, quanto para empresas.
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De acordo com o representante, as placas solares possuem uma eficiência de 23% na produção e podem significar uma economia média de até 90% na conta de energia elétrica para um contratante. Apesar da redução significativa, Costa destaca que os interessados não deixam de arcar com impostos sobre o consumo de energia tradicionais. “O cliente não vai deixar de pagar a iluminação pública, as taxas e os impostos que vêm na conta de energia elétrica, isso aí ele não vai deixar de pagar”, explica o proprietário.
Entre os critérios de instalação é importante considerar a estrutura física da residência para suportar o peso das placas e a situação da fiação elétrica do imóvel ou estabelecimento onde a tecnologia será acoplada. Em alguns casos, a contratação do serviço é realizada a distância considerando as medidas do local de instalação, entretanto, na visão de Costa, esse método atrela riscos de acidentes para funcionários e contratantes.
Gastos
O cálculo em torno do valor final da contratação do serviço, considera fatores como o número de eletrodomésticos e o tempo de uso. Segundo o representante, o gasto médio da instalação gira em torno de R$ 700 por mês, no período de 12 meses. No entanto, o valor pode ser influenciado pela aquisição de novos aparelhos e eletrodomésticos.
“A gente faz o cálculo e coloca no projeto, mas aí o cliente diz que vai colocar mais uma central de ar ou mais uma máquina de lavar roupa, então esses R$ 700, a gente vai ter que dar um upgrade e refazer o cálculo”, exemplifica o proprietário. Nesse caso, o cálculo deve ser refeito incluindo a quantidade de energia necessária para o seu funcionamento, assim como o tempo médio de uso do aparelho, o que modifica o valor final do projeto.
“O que o cliente consumia por R$ 700 passa a R$ 900, então a gente pega esse novo valor de consumo de energia elétrica (quilowatt-hora) e coloca dentro do projeto”.
Questionado sobre o preço médio de todo o projeto, Costa lembra que o preço do equipamento pode variar de acordo com a marca e a qualidade, mas que é necessário desembolsar em torno de R$ 9 a R$ 10 mil, que podem ser pagos em até 120 vezes dependendo de cada banco. Após finalizado o projeto ainda precisa passar por aprovação da concessionária de energia local, com avaliação de um engenheiro eletricista credenciado.
Financiamento
Na região norte, o Banco da Amazônia está entre as instituições financeiras que oferecem financiamento para sistemas de energia solar, tanto na modalidade de pessoas físicas em ambientes residenciais dentro e fora de área rural, quanto para pessoas jurídicas, em projetos maiores e empresariais. Em ambas situações, o porta-voz da instituição, Luiz Lourenço, explica que é necessário possuir cadastro e conta na instituição, para que então seja analisado o limite de crédito e definido um portfólio de linhas que podem ser acessadas.
No caso do serviço à pessoas jurídicas, existem critérios mais específicos, como um cadastro mais robusto e a análise das demonstrações financeiras, de acordo com o porte. Para Projetos de Financiamento de até R$ 20 milhões, não há necessidade de apresentar carta consulta prévia - documento que descreve as condições e a participação do banco no projeto.
“Os projetos de até R$ 20 milhões, podem rodar normalmente sem a necessidade de carta consulta prévia, já a partir de R$ 20 milhões a empresa faz uma carta consulta simplificada para que o banco veja enquadramento, questões orçamentárias e condições, para depois entrar com o Projeto de Financiamento”, explica Lourenço.
Quanto ao limite de financiamento para Energia Verde, na modalidade de pessoa física é de até 100% do valor do projeto, dependendo do limite e do risco de cada proponente, enquanto que para pessoas jurídicas, se analisa a possibilidade a partir do porte e do município do empreendimento. Os recursos são do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO) e sem a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Para as pessoas físicas, as taxas dependem da renda bruta anual e as melhores são de 7,59% ao ano (0,61% ao mês), destaca. Já para as pessoas jurídicas são disponibilizadas taxas pré-fixadas e pós-fixadas, à escolha do proponente.
“As empresas de maior porte geralmente preferem trabalhar com taxas pós-fixadas que começam em 2,15% ao ano mais IPCA (Índice de Preços do Consumidor). As pessoas físicas, pequenas e médias empresas, geralmente, optam por taxas pré-fixadas, então o banco consegue trabalhar com todos os portes de clientes”, afirma. As taxas são divulgadas no primeiro dia útil de cada mês pelo Banco Central.
Outras possibilidades
O empresário e CEO de uma empresa especializada em sistemas de energia solar, no município de Castanhal, região metropolitana de Belém, Redney Nascimento, explica que a forma de financiamento da energia é semelhante a de um imóvel ou veículo. O empreendedor que está há três anos trabalhando no ramo, também destaca que o cliente não precisa ter uma conta nas instituições credenciadas que financiam os projetos. Nesse formato, as empresas atuam como correspondentes bancários, sem a necessidade de um contato direto entre o cliente e a instituição financeira.
“Nossa empresa é credenciada em vários bancos. São mais de 50 instituições bancárias como o Banpará e o Santander. O cliente não precisa ter conta em nenhum dos bancos credenciados. A gente faz o cadastro do cliente para ver se aprova e é da mesma forma como se estivesse fazendo um financiamento de um carro ou imóvel. Tem banco que pede comprovante de renda e outros não. E com relação ao tipo de financiamento também depende do banco. Tem a possibilidade de fazermos o projeto 100% financiado, ou seja, sem entrada ou com carência de até três meses para poder dar a entrada. Tudo vai depender do banco”, explica Nascimento.