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Entressafra do açaí leva empresa a fechar as portas no final de semana por falta do produto

No último final de semana, ponto de açaí ficou fechado porque responsável não encontrou o fruto disponível em Belém

Elisa Vaz
fonte

A entressafra do açaí, período em que a produção e colheita do fruto ficam mais difíceis, tem impactado diretamente nas vendas de pontos físicos em Belém. Mesmo donos de locais geralmente movimentados têm optado por fechar as portas em alguns dias da semana por conta da falta do produto nas feiras. É o caso de uma empresa localizada na rua Antônio Barreto, quase na esquina com a rua 14 de Março, que não abriu no final de semana passado, por exemplo.

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Reajuste é referente ao açaí do tipo médio, encontrado a R$ 19,92 em janeiro. Já o tipo grosso custava, em média, R$ 29,93 no mês passado e teve aumento de 2,2%.

O responsável técnico, Nelson Tavares, afirma que, no geral, a empresa segue uma programação para não perder muito faturamento na entressafra - costuma dar as férias dos trabalhadores nesse período, e também suspende o contrato com alguns outros. Mas, ainda assim, existem acontecimentos que são impossíveis de prever. “No sábado eu busquei o produto na feira e não encontrei, o que tinha era de baixa qualidade, preferi não abrir no final de semana”, conta.

Como sábado e domingo são dias de movimento intenso no ponto de açaí, o prejuízo é grande ao não abrir o negócio, segundo Nelson. “Um final de semana fechado assim prejudica muito, sem dúvida. Temos compromissos que continuam ali se abrir ou fechar, não conseguir nos livrar desses custos, existem todos os dias, então um dia ou dois gera prejuízo para a empresa”, ressalta o responsável.

image O responsável técnico de um ponto de venda de açaí, Nelson Tavares, diz que prefere fechar o estabelecimento do que vender produto sem qualidade. (Carmem Helena / O Liberal)

A falta do produto ainda gera prejuízos para os consumidores, que procuram o açaí, mas só acham o litro em qualidade ruim ou muito caro, diz Tavares. O reajuste de preços no ponto mencionado fica na casa dos 50%, por exemplo. Já uma pesquisa do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese-PA) divulgada na semana passada mostra que, apenas neste ano, até fevereiro, o açaí grosso ficou 8,99% mais caro em Belém, enquanto o médio teve reajuste de preço de 10,04%.

“O preço fica muito alto. Nós aguardamos que, em meados de abril, melhore alguma coisa. Agora está no momento mais crítico de preço na feira. Até que a qualidade não está tão ruim, mas trazer o fruto com essa qualidade para dentro do estabelecimento requer um custo. O açaí melhor é o mais caro”, ressalta Nelson.

Impacto

Em outro ponto de vendas, localizado na rua Boaventura da Silva, quase na esquina com a rua José Bonifácio, a entressafra não tem afetado diretamente as vendas, porque a matéria-prima vem de colheita própria. O chefe de produção do estabelecimento, Gleybson Paulo, diz que a quantidade do fruto é a mesma, porque vem de um plantio em Santo Antônio do Tauá, mas, como a produtividade diminui por conta das chuvas, o preço acaba ficando mais elevado.

image A produtividade de açaí diminui por conta das chuvas, por isso o preço acaba ficando mais elevado, segundo o chefe de produção de um estabelecimento, Gleybson Paulo. (Carmem Helena / O Liberal)

“Dificulta a colheita devido à chuva, perdemos muitos caroços. Aí não dá para tirar no tempo certo. Em alguns locais atrapalha, aqui nem tanto, porque nós procuramos sempre manter um padrão. Trabalhamos no verão pensando no inverno, para evitar certos transtornos. Temos previsão de colheita boa, diminuindo os preços, só a partir de junho, quando já teremos uma colheita boa, já parou mais a chuva, e conseguimos fazer um bom fluxo de produção”, explica o funcionário.

image Consumidora fiel de açaí, Ruth Scern, de 73 anos, não reclama dos preços mais elevados. "Quem vai sobreviver trabalhando para não ter o seu lucro?”, questiona. (Carmem Helena / O Liberal)

Mesmo com os preços de açaí mais altos em Belém, a consumidora Ruth Scern, de 73 anos, não reclama. “É de se esperar. Na época que tem a produção baixa, tem que ter a escassez. Se o preço sobe, é porque vão pegar mais longe, vão ter que congelar, tem tudo isso, então tem que ter esse custo. Quem vai sobreviver trabalhando para não ter o seu lucro?”, questiona. Na opinião dela, como se trata da lei da oferta e da demanda, só resta esperar o tempo passar para comprar açaí por um preço menor.

Preço do açaí em Belém

Açaí grosso

  • Janeiro: R$ 29,93
  • Fevereiro: R$ 31,90
  • Variação no mês: 6,58%
  • Variação no ano: 8,99%

Açaí médio

  • Janeiro: R$ 19,92
  • Fevereiro: R$ 21,22
  • Variação no mês: 6,58%
  • Variação no ano: 10,04%
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