Entenda a disparada do dólar: o que está por trás da alta recorde da moeda
Subida da moeda norte-americana é resultado de uma combinação de fatores internos e externos
O dólar registrou um salto significativo nas últimas semanas, alcançando a cotação recorde de R$ 6,26 nesta quarta-feira (18/12). Desde o início de novembro, a valorização da moeda americana em relação ao real foi superior a 10%, intensificando preocupações no mercado financeiro e seus impactos na economia brasileira.
A subida do dólar é resultado de uma combinação de fatores internos e externos. No Brasil, dúvidas sobre o controle das contas públicas e a aprovação de medidas fiscais aumentaram as incertezas. No cenário internacional, as políticas econômicas nos Estados Unidos, como o esperado aumento de juros, também contribuíram para fortalecer a moeda americana.
VEJA MAIS
Principais fatores para a alta do dólar
-
Alta do dólar em números
- Em 6 de novembro: R$ 5,67.
- Nesta quarta-feira (17): R$ 6,26.
- Alta acumulada em 2024: +10%.
-
Cenário nacional
- Início de 2023: queda de 8,06% no dólar, devido a novas regras fiscais e reforma tributária.
- 2024: piora nas expectativas com dúvidas sobre o controle da dívida pública.
- O governo precisa zerar o déficit público até 2025, mas as medidas anunciadas, como corte de gastos de R$ 70 bilhões, não convenceram o mercado.
-
Fatores internos
- Promessa de isenção do Imposto de Renda para trabalhadores que ganham até R$ 5 mil gerou críticas do mercado pressionando o câmbio.
- Investidores esperavam cortes mais profundos em gastos estruturais, como Previdência e saúde.
- Dúvidas sobre a aprovação do pacote fiscal no Congresso aumentaram a incerteza.
-
Cenário internacional
- Eleições nos EUA: vitória de Donald Trump reacende protecionismo e guerra comercial com a China.
- Inflação nos EUA: expectativa de juros mais altos pelo Federal Reserve fortalece o dólar.
- Juros altos tornam os títulos americanos (Treasuries) mais atrativos, aumentando a demanda pelo dólar.
-
Impacto no Brasil
- A combinação de desafios internos (gastos públicos) e externos (alta dos juros nos EUA) pressiona o real.
- A moeda norte-americana ficou mais forte, afetando a inflação, juros e investimentos no Brasil.