Em fevereiro, valor da cesta básica em Belém foi de R$ 575

O trabalhador paraense, na capital, comprometeu 51,28% do salário mínimo de R$ 1.212

Sérgio Chêne

A alimentação dos paraenses está cada vez mais comprometendo a renda. De acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, efetuada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em Belém, no mês de fevereiro, a Cesta Básica custou R$ 574,86. O resultado da pesquisa foi divulgada nesta quarta-feira (9), em todo país. Para comprar os 12 itens básicos da Cesta, o trabalhador paraense comprometeu 51,28% do salário mínimo de R$ 1.212,00, tendo que trabalhar cerca de 104 horas e 21 minutos das 220 horas previstas em lei. 

No comparativo do período dos últimos 12 meses (fev de 2021 a fev de 2022), o custo da alimentação básica dos paraenses em Belém demostrou alta acumulada de 12,07%. Este percentual é maior do que a inflação estimada para o mesmo período que gira em torno de 11,00%. O Departamento identificou aumento no valor da cesta básica nas 17 capitais pesquisadas, dentre elas Belém, que ocupa a 12ª posição da lista divugada pelo órgão. As maiores altas foram registradas em Porto Alegre (3,4%), Campo Grande (2,78%), Goiânia (2,59%) e Curitiba (2,57%). A cesta mais cara é a de São Paulo, que custa R$ 715,65, seguida pelas de Florianópolis (R$ 707,56), do Rio de Janeiro (R$ 697,37). Aracaju tem a cesta mais barata, estimada em R$ 516,82.

O balanço apresentado pelo Dieese-Pará sobre as flutuações de preços da cesta básica em Belém, relativo à comparação entre os meses de janeiro e fevereiro deste ano, a grande maioria dos produtos apresentou elevação em seus preços. Os destaques são o feijão com alta de 7,58%, seguido da banana com incremento de 3,47%, a carne bovina com alta de 3,20%, o açúcar com elevação de 3,06%, pão (+1,09%), café (+ 0,76%), leite (+0,54%) e o óleo de soja (cozinha) com alta de 0,42%. A farinha de mandioca e o arroz foram os dois itens da cesta básica, que na capital apontaram quedas, respectivamente de 1,13% 0,41%.

O Liberal foi a um supermercado conferir a movimentação de consumidores. A corretora Ivana Nascimento, 61, confirmou os dados apresentados pelo Dieese. “Toda vez que a gente vem no supermercado está um preço diferente, tem um acréscimo. Em casa, a gente compra frutas umas duas vezes na semana. É geral o aumento”, revelou ela, que adquiriu bananas ao preço de R$ 5,40, o quilo.

“Essa alta da carne já vem há algum tempo, ia escolher uma para churrasco, mas não tem e não vou levar outra”, disse o músico profissional Gil Castro, 47. O advogado aposentado Luiz Gracindo Marquis, 63, disse não estar gostando dos preços. “Carne é um dos produtos que tem apresentado alta, comprei, mas está ‘salgado’ o preço, muito caro. Costumo comprar alcatra e contra-filé e estamos vendo um aumento de 30% no valor”, avalia Luiz. Inclusive, de 13 produtos pesquisados, a carne foi a campeã na variação dos 12 meses, com 11,9%.

Custo

O custo da cesta básica para uma família padrão paraense, composta de dois adultos e duas crianças, ficou em R$ 1.724,73, sendo necessários,  aproximadamente, 1,42 salários mínimos para garantir as mínimas necessidades do trabalhador e sua família, somente com alimentação.

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