Em Belém, setor produtivo repercute o impacto da alta do dólar nos preços de produtos, em geral
Moeda fechou a quinta-feira (28/11) perto de 6 reais
Nesta quinta-feira (28/11), o dólar à vista fechou o dia com forte alta de 1,30%, cotado a R$ 5,9910, superior ao recorde da véspera. Em 2024, a moeda norte-americana já subiu 23,49%. É sabido que a alta do dólar afeta a economia brasileira como um todo e o consumidor deve estar atento.
Em Belém, o economista Nélio Bordalo, avalia que “a alta do dólar em R$ 6,00, caso persista nos próximos meses, impactará negativamente a economia do Pará, especialmente, em setores econômicos, como a mineração, com aumento nos custos de equipamentos e insumos importados, também, o agronegócio, que pode ter preços mais altos para fertilizantes, pesticidas e máquinas”, disse ele, na noite desta quinta-feira.
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Nélio Bordalo acrescenta na lista de segmentos prejudicados a indústria, com um custo mais alto para componentes importados, e, também, o turismo, “os preços tendem a ficar mais altos para serviços e produtos para turistas estrangeiros’, observa o economista, que é conselheiro do Conselho Regional de Economia dos Pará e Amapá (Corecon PA/AP)..
O presidente da Aspas (Associação Paraense dos Supermercados), Jorge Portugal, também reconhece que o aumento da moeda norte-americana afeta o dia a dia de várias maneiras, não só os produtos importados. “É, claro, que vai afetar principalmente os produtos importados, mas também outros, como a soja, que é exportada”.
"O dólar vem subindo, não só agora que teve esse aumento mais abrupto, ele vem subindo já ao longo deste segundo semestre. E isso tem reflexo no preço do azeite, do bacalhau,das bebidas. Mesmo o Brasil tendo uma produção nacional de vinho, o vinha exportado entra na lista. Todos os produtos importados aumentam. Por exemplo, quem comprou três meses atrás, dois meses atrás, e quem está comprando hoje, sente este aumento”, destaca Jorge Portugal.
Para Nélio Bordalo, “a alta do dólar, que ultrapassou R$ 6,00 após o anúncio do pacote econômico do ministro da fazenda, Fernando Haddad, (na última quarta-feira, 27), pode acelerar a inflação, pois importações se tornam mais caras, encarecendo produtos básicos e industrializados. Isso afeta diretamente todos os brasileiros, mas o impacto maior é nos brasileiros de baixa renda, reduzindo o poder de compra, principalmente em itens de alimentação”, afirmou o economista.
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