Dólar dispara a R$5,41 com expectativas sobre corte da Selic
Na máxima do dia, a cotação tocou a máxima histórica de 5,4153 reais na venda, alta de 1,94%
O dólar subia com força nesta quarta-feira pós-feriado, chegando a tocar máxima recorde acima de 5,41 reais em meio a expectativas de corte de juros, que levantam preocupações sobre a entrada de fluxo nos mercados brasileiros.
Às 13:51, o dólar avançava 1,77%, a 5,4123 reais na venda. Na máxima do dia, a cotação tocou a máxima histórica de 5,4153 reais na venda, alta de 1,94%.
Na B3, o dólar futuro subia 1,76%, a 5,415 reais.
"Essa puxada do dólar vem com o aumento da expectativa sobre um corte do BC", disse à Reuters Jefferson Laatus, sócio fundador do grupo Laatus. "Campos Neto mudou discurso, deixando a entender que o BC pode vir a voltar a cortar os juros."
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse na segunda-feira que o cenário analisado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) em sua última reunião -- quando avaliou que tanto uma redução maior no juro quanto afrouxamentos monetários adicionais poderiam se tornar "contraproducentes" -- mudou.
"O que falamos é que entendemos que as condições que tínhamos no Copom mudaram muito de lá para cá, inclusive as expectativas de inflação", disse Campos Neto. Na ocasião da última reunião do Copom, o colegiado cortou a Selic em 0,50 ponto percentual, a 3,75%.
O corte da taxa básica de juros a mínimas recordes sucessivas tem sido fator de pressão sobre o real, uma vez que reduz rendimentos locais atrelados à Selic, tornando o cenário brasileiro menos atraente para o investidor estrangeiro. Esse contexto é ainda agravado pela pandemia de coronavírus e conflitos políticos recentes entre Executivo e Legislativo.
No exterior, o dólar ganhava contra lira turca, rand sul-africano e peso mexicano, pares emergentes do real. Contra o dólar australiano, outra moeda arriscada, a divisa dos EUA registrava perdas.
No último pregão, na segunda-feira, o dólar interbancário fechou em alta de 1,40%, a 5,3092 reais na venda.
O Banco Central realizou nesta quarta-feira leilões de swap tradicional de até 10 mil contratos com vencimento em setembro de 2020 e janeiro de 2021, em que vendeu o total da oferta.
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