Dólar encerra 2023 com maior queda desde 2016, com desvalorização acumulada de 8,08%
Moeda norte-americana vinha perdendo valor devido às expectativas de uma redução dos juros nos Estados Unidos, mas teve leve alta no dia
Na última sessão de 2023, nesta quinta-feira (28), o dólar seguiu a tendência internacional e apresentou um aumento em relação ao real, fechando a R$ 4,8534, com uma valorização de 0,43%. Apesar disso, o real encerrou o ano com um desempenho positivo, registrando a melhor performance desde 2016, com uma queda de 8,08% em relação à moeda americana.
A semana terminou com uma desvalorização acumulada de 0,17%, influenciada, em parte, pela formação da última taxa Ptax de 2023, que ficou em R$ 4,8413. Esse valor representa uma queda de 1,91% em dezembro e de 7,21% no ano.
Real devolveu parte dos ganhos recentes
A pressão inicial do mercado interno foi aliviada com o término da disputa pela taxa Ptax, mas o cenário internacional acabou predominando. O dólar, que vinha perdendo valor devido às expectativas de uma redução dos juros nos Estados Unidos, passou por um ajuste, impulsionado pela alta dos Treasuries, com os títulos de dois e dez anos atingindo máximas.
No entanto, o real devolveu parte dos ganhos recentes, chegando a atingir R$ 4,8710 na máxima do pregão. As moedas de mercados exportadores de commodities foram mais afetadas, com a queda do petróleo e do minério de ferro.
A robusta balança comercial brasileira foi um dos fatores que sustentaram a cotação do real em 2023, com um saldo positivo de US$ 94,179 bilhões até a primeira quinzena de dezembro. Economistas destacam a possibilidade de o Brasil se tornar uma "anomalia latino-americana" com excedente em conta corrente.
Além disso, a atratividade da renda fixa local, apesar da redução de juros pelo Banco Central, foi destacada como um fator importante. O IPCA-15 de dezembro, divulgado pelo IBGE, acelerou para 0,40%, inibindo apostas mais intensas na queda da Selic no mercado de juros.
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