Dilma é eleita 'Mulher Economista 2023'; na gestão dela, Brasil teve maior recessão de sua história
Homenagem foi anunciada pelo Conselho Federal de Economia
A ex-presidente Dilma Rousseff foi eleita “Mulher Economista 2023″, por "sua significativa contribuição para o desenvolvimento econômico e social do país ao longo de sua carreira". O anúncio foi feito no último final de semana, pelo sistema Cofecon/Corecons, que reúne o Conselho Federal de Economia e os Conselhos Regionais de Economia. Lançado em 2020, o prêmio já homenageou outras duas economistas ligadas ao PT, em edições anteriores: Denise Lobato Gentil e Esther Dweck. No ano passado, a ganhadora foi a economista Tânia Bacelar, que fez parte da equipe de transição de Lula em 2022 e foi secretária de Planejamento e de Fazenda de Pernambuco.
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Dilma Rousseff foi ministra de Minas e Energia e da Casa Civil, nos dois primeiros mandatos de Lula. Eleita presidente em 2010, ficou no Palácio do Planalto entre 2011 e 2016, até o processo de impeachment aprovado pelo Congresso e referendado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por causa das chamadas “pedaladas fiscais”, que maquiaram o resultado das contas públicas.
Em sua gestão, em 2015 e 2016, o Brasil enfrentou a maior recessão da história, com uma queda acumulada de quase 7% do Produto Interno Bruto (PIB), percentual superior, inclusive, ao período da Grande Depressão de 1929. Em 1981 e 1983, apesar da recessão também ter sido forte, a queda do PIB não ocorreu em dois anos seguidos, como na gestão Dilma. Além disso, o impacto da retração econômica foi amenizado pelo crescimento de 0,83% do PIB em 1982.
No governo Dilma também foram produzidos os dois maiores déficits primários (saldos das receitas e despesas do governo, sem o pagamento dos juros da dívida) desde o início do governo Collor. Os rombos chegaram a 1,9% e 2,5% do PIB, em 2015 e 2016, respectivamente. Só no auge da pandemia, em 2020, o déficit primário foi maior, de 9,8% do PIB.
Dilma também emprestou quase R$ 500 bilhões do Tesouro para os bancos públicos, especialmente o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), quitados durante a gestão de Paulo Guedes no extinto Ministério da Economia, no governo de Jair Bolsonaro.
Atualmente, Dilma Rousseff preside o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês), mais conhecido como Banco do Brics.
"A premiação marca não apenas a celebração do mérito da economista, mas também destaca a importância de reconhecer e valorizar as mulheres que desempenham papéis relevantes na promoção do desenvolvimento com responsabilidade social. O Sistema Cofecon/Corecons reafirma seu compromisso com a promoção da igualdade de gênero e o reconhecimento do talento feminino em todas as esferas profissionais. A escolha de Dilma Rousseff como a Mulher Economista de 2023 reflete o reconhecimento do seu legado e expertise no campo econômico, bem como seu papel fundamental na formulação e implementação de políticas que moldaram a trajetória econômica do Brasil", diz o sistema Cofecon/Corecons.