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Diferença salarial entre homens e mulheres recua no Pará, aponta relatório federal

O estudo analisou dados de 1.114 estabelecimentos no estado. Em média, mulheres paraenses recebem 14,88% a menos que os homens

Iury Costa*

O 3º Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios, divulgado nesta segunda-feira (7/4) pelo Governo Federal, mostra que a diferença entre os salários pagos a homens e mulheres teve queda no Pará. Desde a última edição do levantamento, em setembro de 2024, a desigualdade recuou 0,71%. Mulheres ganham, em média, R$ 2.965,82, enquanto homens recebem R$ 3.484,35 — uma diferença de 14,88%.

O estudo analisou dados de 1.114 estabelecimentos no estado. Apesar da redução, a desigualdade salarial de gênero ainda é uma realidade. Em 2024, a diferença média era de 15,59%.

No Brasil, a disparidade aumentou 0,18% e está em 20,87%. O levantamento também apontou que a desigualdade salarial por raça permanece elevada. No Pará, mulheres negras têm rendimento médio de R$ 2.769,86, enquanto mulheres não negras recebem R$ 3.894,22 — uma diferença de 28,9%.

Participação e ocupações

O relatório indica crescimento de 18,2% na presença de mulheres negras no mercado de trabalho, passando de 3,2 milhões para 3,8 milhões de ocupadas. Também houve redução no número de empresas com até 10% de mulheres negras, caindo de 21.680 para 20.452.

Em relação à ocupação, mulheres diretoras e gerentes recebem 73,2% do salário dos homens na mesma função. Em cargos de nível superior, o percentual é de 68,5%, e em serviços administrativos, 79,8%.

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Panorama nacional e novas medidas

As menores desigualdades salariais estão em Pernambuco (9,14%), Acre (9,86%) e Distrito Federal (9,97%). Já as maiores estão no Paraná (28,54%), Espírito Santo (28,53%) e Santa Catarina (27,96%).

Durante o lançamento do relatório, o Governo Federal também apresentou o Guia para Negociação Coletiva da Lei de Igualdade Salarial e o Movimento pela Igualdade no Trabalho. Empresas e organizações podem aderir à iniciativa por meio de uma plataforma online.

A pesquisa é prevista na Lei nº 14.611/2023, que exige de empresas com mais de 100 funcionários medidas para garantir igualdade salarial e de critérios remuneratórios entre mulheres e homens. A norma prevê transparência, canais de denúncia, programas de diversidade e apoio à qualificação.

Também foi publicada a Portaria Conjunta que institui o Plano Nacional de Igualdade Salarial e Laboral até 2027, com ações interministeriais voltadas à permanência e ascensão das mulheres no mercado de trabalho.

*(Iury Costa, estagiário de jornalismo sob supervisão de Keila Ferreira, coordenadora do Núcleo de Política e Economia) 

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