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Data para refletir sobre a dependência química

Psicólogo afirma que ninguém escolhe ser dependente, apesar de escolher usar drogas

Elisa Vaz
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O enfrentamento à dependência química é um dos grandes desafios da saúde pública no mundo inteiro. Classificada como um transtorno psiquiátrico pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença pode causar uma série de impactos na rotina e na qualidade de vida dos indivíduos que enfrentam esse quadro. Ela é crônica, mas pode ser tratada e controlada por meio do acompanhamento psicológico. A data 26 de junho marca o Dia Internacional do Combate às Drogas, escolhida pela Organização das Nações Unidas (ONU).

De acordo com um levantamento realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 7,7% dos brasileiros entre 12 e 65 anos já usaram maconha ao menos uma vez na vida. A segunda droga com maior consumo no país é a cocaína em pó (3,1%). Globalmente, 271 milhões de pessoas usaram drogas em 2016, o que corresponde a 5,5% da população mundial entre 15 e 64 anos. No ano seguinte, houve crescimento de 56% apenas em relação aos usuários de opioides, como morfina e heroína, e o levantamento ainda mostrou que cerca de 35 milhões de pessoas sofrem de transtornos decorrentes do uso de drogas e necessitam de tratamento no mundo, segundo com o Relatório Mundial sobre Drogas, divulgado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC). A reportagem solicitou dados ao governo do Pará, mas não obteve resposta.

Um dos maiores obstáculos para o diagnóstico e tratamento adequados para quem sofre da doença, de acordo com o psicólogo Nelcy Colares, é o preconceito da sociedade, que vê a doença como algo que o próprio paciente escolheu. “O que precisamos entender é que ninguém escolhe ser dependente químico e que isso pode ser fatal. A pessoa pode escolher usar drogas, mas não ser dependente. Esse preconceito dificulta muito todo o processo”, disse. Além disso, a negação da doença também atrapalha o diagnóstico, segundo Colares, que acredita haver uma “forte cultura” de dizer que algumas substâncias não são drogas, como o álcool e a maconha. Um sinal do problema, para ele, é a defesa das drogas como algo “inocente” e que não causa prejuízos a quem faz uso delas.

Para saber se um parente, amigo ou pessoa próxima enfrenta a doença da dependência química é possível se atentar para alguns sinais, como o aumento da frequência do uso da droga, a perda do controle na sua utilização e a falta de responsabilidade. “Uma pessoa que consome uma droga, seja ilícita ou o próprio álcool, uma vez no mês, uma vez no ano e não precisa dela no seu dia a dia não tem um problema. Mas alguém que consome toda hora, se atrasa para o trabalho, falta compromissos ou até comparece, mas claramente alterado pelas drogas, aí sim essa pessoa tem um problema. Então essa falta de responsabilidade pode ser vista como um dos ‘sintomas’ da doença”, explicou o psicólogo.

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