Cresce o número de depósitos na poupança; veja a melhor forma de investir na caderneta

Para especialistas, o hábito de poupar é benéfico.

Amanda Engelke
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O saldo da aplicação na caderneta de poupança registrou um aumento pela segunda vez no ano, com um saldo positivo de R$ 8,2 bilhões em maio. Segundo relatório divulgado este mês pelo Banco Central (BC), as entradas totalizaram R$ 362,5 bilhões, enquanto os saques somaram R$354,3 bilhões. Além disso, os rendimentos creditados nas contas de poupança somaram R$ 5,2 bilhões, elevando o saldo total da poupança para R$ 993,3 bilhões.

Em comparação com meses anteriores, o desempenho representa uma recuperação, sobretudo em comparação com abril deste ano, quando houve uma saída líquida de R$ 1,1 bilhão. O cenário também contrasta com os primeiros meses do ano, quando janeiro e fevereiro registraram saídas líquidas de R$ 20,1 bilhões e R$ 3,8 bilhões, respectivamente. Em março, no entanto, o saldo foi positivo, com R$ 1,3 bilhão a mais em depósitos.

Leonardo Cardoso, assessor de investimentos, explica que a elevação do volume de depósitos na poupança neste ano é influenciada pela manutenção da taxa básica de juros em níveis elevados, atualmente em 10,50% ao ano. Além disso, ele aponta que maio é tradicionalmente marcado pelo início da distribuição de Participação nos Lucros (PL) das grandes empresas, “o que, de certa forma, ajuda a aumentar a poupança das pessoas”.

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Já o economista Nélio Bordalo analisa que os brasileiros estão mais conscientes sobre o uso de sua renda após as adversidades enfrentadas durante a pandemia da Covid-19, que resultou no aumento do desemprego e fechamento de empresas. Ele analisa que, com a percepção da importância de uma reserva financeira, muitos têm direcionado parte de seus recursos para a caderneta de poupança, atraídos pela facilidade e liquidez dessa aplicação.

image Nélio Bordalo: poupança atrai pela facilidade e liquidez (Foto: Divulgação)

Entretanto, para Bordalo, “caso o ambiente econômico se modifique com o retorno da inflação em patamares elevados, a tendência é que ocorram mais saques do que depósitos nos próximos meses”. Ele aponta que esse cenário refletiria um movimento natural das pessoas, para elas “possam pagar as contas do orçamento familiar ou pessoal, evitando a inadimplência”, já que "a alta na inflação pode influenciar negativamente no poder de compra da população”.

Segurança, simplicidade e liquidez são atrativos

Psicólogo de formação, Rafael Ventimiglia, de 39 anos, diz que a poupança foi seu investimento preferido durante antes. Hoje, ele prefere diversificar a carteira em aplicações de maior rendimento no segmento de renda fixa, dando preferência aos Certificados de Depósito Bancário (CDBs). “Não abri mão da poupança, mas uso como reserva de emergência. Todo mês eu invisto algo. É um investimento seguro e que posso retirar a qualquer momento”, diz.

A segurança citada por Rafael se dá ao fato da poupança contar com a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), para valores de até R$ 250 mil por instituição financeira. Ou seja, em caso de falência ou intervenção da instituição, o FGC reembolsa os clientes até o limite estabelecido. O fundo, no entanto, não é exclusividade da poupança. Outros outros produtos também estão contemplados, como o caso do próprio CDB.

Atualmente, Rafael trabalha como técnico bancário. A experiência, segundo Rafael, também ajudou a expandir seu conhecimento e aperfeiçoar o seu perfil como investidor. “Acredito que foi um processo natural começar a aplicar em outros produtos além da poupança. É mais uma questão de opção mesmo, pela rentabilidade. Mas, sem dúvida, a poupança tem suas vantagens, principalmente pela simplicidade”, opina.

Leonardo Cardoso também acredita que a caderneta de poupança é o investimento mais acessível para os brasileiros que possuem conta nos grandes bancos. Ele destaca que colocar dinheiro na poupança ajuda a criar o hábito de acumulação de recursos, pois o dinheiro fica "fora da vista" do usuário. “A principal vantagem, além da praticidade, é a isenção de Imposto de Renda sobre os rendimentos, diferentemente de outras aplicações que geralmente são tributadas”, diz.

image O assessor de investimentos Leonardo Cardoso dá dicas (André Oliveira / Arquivo O Liberal)

Veja as dicas de Leonardo para investir na poupança:

Organize seus gastos: Entenda que uma reserva de emergência serve para casos extremos, como por exemplo a pandemia onde a população ficou sem trabalhar. A organização financeira vai permitir que esse valor de fato fique reservado para momentos assim.

Tenha apenas o suficiente em poupança: Entenda seus gastos mensais e provisione entre 6 a 12 meses do seu custo de vida para a reserva de emergência, de forma que os recursos excedentes a isso sejam direcionados a outros investimentos.

Use um banco separado do seu dia a dia: Quando centralizamos em apenas uma conta bancária nossas movimentações e poupança, aumentamos a probabilidade do viés do investidor, onde ele pode acabar utilizando esse recurso ou contando com ele para pagar alguma conta do mês e assim, acabando com a sua reserva de emergência.

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