Coronavírus: dólar alto encarece custo de viagens para o exterior
Moeda americana apresentou alta de 1,5%, sendo comercializado a R$ 4,6487, recorde nominal desde a criação do real
A evolução do novo coronavírus tem impactado o mercado financeiro brasileiro e também o bolso dos consumidores. Perto das 17h de quinta-feira (5), o dólar apresentou alta de 1,5%, sendo comercializado a R$ 4,6487 na compra e R$ 4,6495 na venda, recorde nominal desde a criação do real.
Quem pretende fazer viagens ao exterior precisa ficar atento a esses impactos, isso porque vários produtos e serviços ficam mais caros, seguindo a mesma tendência da moeda americana. Segundo o economista Eduardo Costa, a alta do dólar encarece o custo de uma viagem para o exterior, por desvalorizar a moeda nacional – real. Com isso, as compras no exterior ficam mais caras, encarecendo o custo da viagem.
A tendência, de acordo com o especialista, é de que continue a valorização do dólar por conta do cenário econômico mundial e nacional. “Sabendo disso, há três opções para os brasileiros que estão com viagens programadas: alterar o destino internacional por um destino doméstico, com custos menores; adiar a viagem internacional para um momento posterior, em que será possível reavaliar o cenário econômico e o custo do câmbio; ou manter a viagem, mas recompondo o planejamento de gastos e cortando despesas”, orientou Costa.
A empresária Priscilla Vieira, de 37 anos, optou por manter a viagem internacional, que já estava programada há bastante tempo. Ela e o marido vão fazer um cruzeiro pela Europa, mas também vão incluir alguns destinos no período fora. “Serão 11 dias de viagem, do dia 18 ao dia 29 deste mês. O cruzeiro já estava pago e já tínhamos comprado o euro antes do mercado ficar desestabilizado, mas também pretendemos levar dólar para fazer compras. Agora, vamos pensar duas vezes antes de comprar e, com certeza, teremos que economizar”, contou Priscilla.
Quem ainda não tem viagem com data certa, no entanto, deve ficar atento ao melhor momento para comprar passagens. O atendente de uma companhia de viagens de Belém, que preferiu não se identificar, explicou que muitos insumos são atrelados ao preço do dólar, como o combustível que abastece os aviões, deixando as passagens mais caras. Consequentemente, os pacotes também têm preços mais elevados com o reajuste da moeda americana. Com a nova epidemia, o movimento caiu na agência, principalmente, os destinos na Ásia ou Europa. “As pessoas estão receosas, nessa época, geralmente, é bem mais movimentado do que está”, disse. Segundo o atendente, isso indica que, ao longo do ano, serão menos viagens, já que quem viaja em julho começa a programar entre fevereiro e março.
O economista Eduardo Costa indica que a compra do dólar, para quem vai viajar para outros países, deve ser feita de forma espaçada. Com isso, diminui-se o efeito da variação cambial. “Em paralelo, o dólar se apresenta como uma interessante opção de aplicação financeira no curto prazo, mas o investidor deve acompanhar de perto as possíveis oscilações cambiais para vender os dólares comprados antes de uma desvalorização”, pontuou o especialista.
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