Comércio de Belém já vive o clima de Natal; expectativa é de aumento nas vendas de enfeites

Nas ruas do centro comercial de Belém, o movimento está cada vez mais intenso

Elisa Vaz / O Liberal
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A venda dos itens que fazem parte da decoração de Natal deve crescer em torno de 10% este ano, conforme previsão do Sindilojas. Embora ainda falte mais de um mês para a data, os consumidores de Belém já estão movimentando o centro comercial da capital em busca de árvores e enfeites natalinos.

De acordo com o presidente do Sindilojas, Joy Colares, as empresas devem ter um resultado melhor nas vendas, na comparação com o mesmo período do ano passado; porém, em relação a 2019, antes da pandemia da covid-19, o patamar ainda não será o mesmo. A crise econômica, inclusive, elevou os preços de muitos itens, e isso pode prejudicar o desempenho do setor neste final de ano.

“Muita coisa aumentou de preço porque a maioria desses itens de decoração é importada, vem da China, principalmente. E como é uma transação internacional, leva o dólar em consideração, e sabemos que a moeda americana está muito mais cara. É inevitável elevar os valores nas prateleiras”, comenta ele.

Joy diz que os consumidores não devem esperar descontos este mês, quando é celebrada a Black Friday, na última sexta-feira de novembro. A orientação do Sindicato é que os lojistas deem preferência para a Semana do Brasil, que é nacional. “Além disso, a Black Friday surgiu no varejo americano para liquidar tudo e desocupar o estoque, com o intuito de receber novas mercadorias para o Natal. Aqui isso não ocorre. Os consumidores querem comprar em liquidação justamente os itens desta data, e aí desacelera as vendas de dezembro e ainda diminui a rentabilidade das empresas”.

Lojas já recebem clientes

Nas ruas do centro comercial de Belém, o movimento tem ficado intenso. Muitas lojas esbanjam itens para as decorações natalinas em suas vitrines, para atrair clientes, que andam apressados em busca dos melhores preços. Em uma das empresas visitadas pela reportagem, as vendas estão crescendo rapidamente, mas os consumidores podem pagar caro, dependendo do produto.

O carro-chefe são as árvores de Natal que já vêm montadas, atraentes para os consumidores que não sabem ou não querem fazer uma decoração por conta própria. Os preços variam de R$ 77 – árvores pequenas, que podem ficar em cima da mesa – a R$ 1.765 – as mais altas da loja. Segundo a atendente Jorlane Clisse, mesmo com os preços mais altos, as árvores mais caras estão sendo vendidas. “As pessoas se atraem muito por elas, porque não têm trabalho nenhum. O que tem ajudado também é a facilidade de parcelamento e o nosso cartão, que oferece vantagens. Não é um dinheiro gasto porque os clientes podem usar no ano seguinte, não perde”, avalia.

Além das árvores, os consumidores têm ido atrás de enfeitos como bolas e fitas, que, de acordo com Jorlane, têm preços variados, com opções para todos os bolsos. Quem já possui uma árvore em casa gasta cerca de R$ 150 com os enfeites, diz a vendedora – caso não tenha, o valor gasto vai depender do tamanho da árvore escolhida. Como em outubro as vendas cresceram cerca de 70% na empresa, a expectativa para o Natal é muito boa, na opinião da funcionária.

Em outra loja de mesmo porte, as árvores de Natal mais vendidas custam uma média de R$ 400; com os enfeites, os consumidores podem gastar cerca de R$ 600. “Eles já estão se antecipando, quem conseguiu se organizar já comprou. Inclusive, alguns dos nossos produtos já esgotaram, como algumas árvores, luzes, bolas e itens de pelúcia. E não vai ter reposição porque não tem mais nas fábricas”, comenta a atendente Meg Abud.

Segundo ela, neste ano, com a flexibilização das restrições pela pandemia, as pessoas farão reuniões de Natal maiores que no ano passado, e por isso estão “caprichando”. As tendências para o mês que vem, na opinião de Meg, é a cor rosé e os itens em xadrez, além de árvores bem altas, que têm uma boa procura. “Ainda não houve o aquecimento que esperamos, mas esperamos aderir à Black Friday e deixar tudo mais acessível”, adianta.

Um estabelecimento mais popular, um pouco menor que os outros, têm um ticket médio mais baixo: cada consumidor gasta em torno de R$ 40 na loja, comprando enfeites para o Natal. Eles vendem árvores de até R$ 1.000, mas o atendente Michel Barros diz que elas não saem muito. De acordo com ele, uma decoração simples para uma árvore que já existe em casa custa cerca de R$ 150 na loja, e uma mais extravagante pode chegar até R$ 500. Com a árvore, a média de gasto seria de R$ 700.

Consumidores ainda estão pesquisando

A personal trainer Cristiane Souza, de 43 anos, já estava decidida a não fazer decoração de Natal este ano, para evitar gastos desnecessários, mas sua filha de quatro anos pediu e ela atendeu o desejo da pequena. Acabou indo até o comércio comprar os enfeites, com limite de até R$ 250. “Todo ano eu faço e troco de cor. Agora não ia fazer isso, mas a filha implorou. Ela acha que, sem decoração, o Papai Noel não visita a gente”, comenta, rindo. Mas Cristiane conta que achou os preços “bem salgados”, e por isso vai apostar em algo mais simples.

Já a operadora de áudio Márcia Passos, de 46 anos, vê na reunião de Natal uma oportunidade de estar com a família após anos difíceis de pandemia. “É um momento de alegria, então gosto de investir nessa decoração. Todos os anos eu faço”, diz. Porém, ela ainda está na fase da pesquisa e espera encontrar alguma promoção, para gastar entre R$ 200 e R$ 300.

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