Começa fiscalização de bagagem de mão em Val-de-Cans
Alguns passageiros foram pegos de surpresa com nova regra para normatizar embarque
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“É novidade para mim. Acredito que muita gente não sabe e aí, quando chegar na hora, pode ser constrangedor, de repente, pela falta de dinheiro para a bagagem extra”, disse a assistente administrativa de uma empresa particular, de Belém, Ingrid Daiane Costa Silva, antes de seguir para Fortaleza, referindo-se ao despacho obrigatório dos volumes superiores ao autorizado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), atendendo pedido da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear).
A partir desta terça-feira, 2, antes de entrar na área de embarque do Aeroporto Internacional de Belém/Val de Cans - Júlio Cezar Ribeiro, os passageiros têm de verificar se o tamanho se o peso das bagagens que levam em mãos estão de acordo com os padrões definidos pelas companhias aéreas: 55 centímetros de altura, 35 centímetros de largura e 25 centímetros de profundidade, com até 10kg. Quem tem malas fora do padrão, fica sujeito a cobranças de acordo com o tipo de franquia contratado para a viagem.
Em meados de abril, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), sob a justificativa de agilizar o fluxo dos clientes nas áreas de embarque e evitar atrasos, anunciou a obrigatoriedade de tamanho padrão de malas de mão para as aeronaves. A entidade deu um prazo para somente orientação dos passageiros.
O total de 15 aeroportos participaram da fase de implementação, ou seja, do período de orientação, com os respectivos passageiros sendo apenas aconselhados a observar as novas medidas para as bagagens de mão. Esse período para o Aeroporto de Val-de-Cans seguiu até o feriado do Dia do Trabalhador, 1º, e nesta terça-feira, a obrigatoriedade passou a ser adotada.
Surpresa
Alguns passageiros souberam da nova medida pela reportagem, como o casal Ingrid Daiane Silva e o marido Rafael de Souza Rocha, assistente do setor de qualidade de uma empresa de logística. Os dois trataram de comparar suas malas com a caixa padrão que a Anac distribuiu no salão térreo do Aeroporto. “No ‘olhômetro’ deu”, afirmou Rafael Rocha, após aproximar sua mala da citada caixa.
“Então agora a gente tem de se preocupar com isso; mais uma coisa para o passageiro, e se a pessoa não tiver dinheiro, isso está errado”, enfatizou Ingrid Daiane, dizendo que ia se informar no balcão da companhia aérea para checar se tudo estava certo com o tamanho da mala do casal.
A Abear diz que pediu a fiscalização com rigor porque desde o início da cobrança do despacho das bagagens, em julho de 2017, os passageiros começaram a levar para dentro das aeronaves volumes em tamanhos desmedidos, provocando despachos de última hora, causando transtornos no embarque e desembarque dos voos, em geral. A aposentada Isabel Costa concorda com a Associação. A justificativa para cobrar pelas malas era de que o valor das passagens diminuiria.
“Em minha opinião é correto, porque tem pessoas que exageram; eu já vi gente com dificuldade de encaixar volumes, e isso gera confusão, pessoas que perdem a mão e levam malas que não cabem, o que já vem acontecendo faz tempo. Acho que as empresas têm razão de adotar essa fiscalização”, disse Isabel Costa, que viajaria a passeio para Fortaleza, com filhos, neto e nora. “Vamos fazer um passeiozinho de cinco dias em Fortaleza”, contou ela.
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