Com ICMS fixo a partir de hoje, gasolina em Belém vai ficar mais cara

No Pará, o aumento estimado é de R$ 0,14, na bomba, mas pode variar em cada posto

Amanda Martins

Começou a valer nesta quinta-feira (1º), o reajuste para os combustíveis motivado pela mudança na alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) fixo de R$ 1,22 por litro em todos os Estados brasileiros. No Pará, o aumento será em torno de R$ 0,14 e incidirá diretamente no preço cobrado ao consumidor. A notícia não agradou os belemenses, que tiveram que se depararam com os novos valores na manhã desta quinta-feira ao abastecerem os carros. Resta agora pesquisar para descobrir o melhor local onde comprar a gasolina e o etanol, já que os preços podem variar de acordo com a bandeira dos postos,.

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Segundo nota da entidade que representa os empresários de postos de combustíveis, outro reajuste ainda será aplicado no dia 1º de junho

No posto da Avenida Júlio César, no bairro do Souza, a gasolina estava custando R$ 5,19 e o etanol R$ 4,69. Logo nas primeiras horas da manhã, o estabelecimento alterou o valor do valor da gasolina, que até a última quarta-feira (31) estava custando R$ 4,99. Já o preço do etanol seguiu praticamente inalterado.

“Ainda não tivemos reclamações, mas teve motorista que já começou a procurando por opções mais em conta. A gasolina comum continua sendo a mais indicada; porque o etanol teria que ser 30% mais barato para compensar”, explicou o frentista Alan Lima.

O advogado André Carvalho, de 32, disse que costuma abastecer duas vezes ao dia, e que prefere andar sempre de tanque cheio pelo fato do veículo “desempenhar melhor”. Mas, com o reajuste na gasolina, ele já começa a repensar a atitude.

“Eu acho que pesa, sim, [no bolso] por conta de ser um valor pequeno, mas somando o número de litro que usamos na semana, mês, vai dar um peso grande. O governo poderia ter segurado mais um pouco”, afirmou André.

Marcelo Campelo, de 37, é professor e costuma usar bastante o carro para trabalhar e levar o filho à escola. Ele precisa abastecer o veículo de duas a três vezes ao dia. Com o atual reajuste e colocando as contas na ponta do lápis, ele também disse que tentará reduzir as idas ao ponto, mas que é complicado. “Todos os brasileiros vão sentir de alguma forma. O que a gente tem que fazer é orar para melhorar, porque humanamente falando é quase impossível”, disse decepcionado. 

image O professor Marcelo Campelo, de 37 (Carmem Helena / O Liberal)

No posto da Duque de Caxias próxima a Lomas Valentina o valor da gasolina também estava no valor de R$ 5,19; o etanol, dez centavos mais caro, custando R$ 4,79.

O motociclista David Carlos Torres lamentou que o salário mínimo do brasileiro não acompanhe a elevação do preço dos produtos, como por exemplo, o da gasolina. “O que ganhamos [de dinheiro] ainda precisamos dividir com outras despesas. O que nos resta é rodar dentro e fora da cidade procurando outras alternativas de combustiveis”, complementou. 

Já no posto de gasolina na Avenida Duque de Caxias, próximo ao Hangar - Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, a gasolina estava dez centavos mais cara, custando R$ 5,29; já o etanol permaneceu custando R$ 4,69.

O motorista de aplicativo Edmilson Barros, de 55, que parou no posto para abastecer disse que foi pego de surpresa com o reajuste do valor da gasolina. “Eu abasteci dois dias atrás aqui e não estava esse preço, aumentou bastante”, reclamou.

image O motorista de aplicativo Edmilson Barros, de 55 (Carmem Helena / O Liberal)

Edmilson pontuou que "o transporte hoje é básico e de extrema importância”. Para ele, o novo preço não irá apenas mexer no “bolso” dos motoristas em geral, mas para quem é passageiro e quer se deslocar, e que “todos são prejudicados”. 

Fernando Amorim, de 50, trabalha como motorista também e precisa diariamente ir e voltar do município Castanhal. “Essa é a primeira vez que abasteço com aumento, porque ontem estava R$ 4,99 e hoje, é com uma diferença de R$ 30 a 40. Tem outros postos que são mais em conta, mas receio de vir adulterado, só resta o consumidor aceitar”, lamentou.

Posicionamento 

Em conversa com o Grupo Liberal, o porta-voz do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Sindicombustíveis) do Pará, o advogado Pietro Gasparetto, afirmou que as alterações em vigor, referente ao novo cálculo do ICMS para a gasolina e o etanol, já estavam previstas desde ano passado.

Segundo ele, antes, o ICMS era calculado por meio da aplicação de uma alíquota sob uma base de cálculo que era um valor fixado por cada Estado, e por isso, “era diferente para cada unidade da Federação”.

“A partir de agora as alíquotas vão ser uniformes em todo o país e específicas, ou seja, em reais por litro, o que deve acabar com a diferença de alíquotas entre os Estados e a chamada Guerra Fiscal”, explicou o advogado.

Pietro pontuou que, apesar das alterações começaram a valer no dia 1º de junho, muitas pessoas já estavam reclamando que as distribuidoras elevaram o valor mesmo sem o reajuste ter entrado em vigor. 

“Não é possível fazer uma estimativa de quanto de combustível vai custar ao cliente, porque existem outros aspectos que incidem no preço final do combustível além do imposto”, afirmou o advogado, acrescentando que a Petrobras também alterou a política de preço, que trouxe mais incerteza ao mercado.

“Essas oscilações decorrentes do aumento de imposto não tem relação com a atuação das empresas, nem sequer são dos seus interesses", finalizou.

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