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Com alimentos em alta, consumidores repensam gastos na Páscoa no Pará

Volume de vendas deve cair 1,4% no todo país, em comparação com ano passado, e estados devem acompanhar a redução

Emilly Melo

A expectativa de vendas na Páscoa para o setor varejista neste ano não é animadora. Segundo a projeção da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o setor deve movimentar o total de R$ 3,36 bilhões em 2025, o que representa uma redução de 1,4% no volume de vendas em relação à Páscoa do último ano. Os estados também devem seguir na mesma linha nacional de queda, sobretudo o Pará, conforme avalia Paulo Oliveira, diretor financeiro de uma rede de supermercados de Belém.


A Páscoa representa a sexta data comemorativa mais relevante do calendário do varejo nacional. Entretanto, Paulo Oliveira destaca que além da própria inflação dos alimentos, os demais custos básicos, que também estão elevados, contribuem para as projeções desfavoráveis para a celebração deste ano. “A população está sem dinheiro, inflação está alta, preços todos caros. Gás, gasolina, escola, energia, todos mais caros, então estão consumindo o disponível para consumo”, declarou.

Para o diretor financeiro da rede varejista, Belém pode ser impactada de forma diferente de outras regiões por conta das questões logísticas. “Impactará ainda mais porque [Belém] é final da linha, o frete está mais caro, o diesel mais caro”, pondera.

Para o tradicional almoço de Páscoa, os produtos alimentícios típicos deste período que devem ter menor fluxo de vendas são o bacalhau e o azeite. Segundo último balanço do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente ao mês de março deste ano, o azeite de oliva registrou um aumento de 8,43% na capital paraense. O aumento mais expressivo foi observado no chocolate em barra/bombom, com elevação de 25,26%. Na mesma linha, os aumentos também foram apontados nos segmentos de refrigerante e água mineral (6,72%); bolo (5%); e alimentação fora do domicílio (3,96%).

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A pedagoga Iris Sucupira conta que já havia comprado praticamente todos os itens para o almoço da Sexta-Feira Santa, no entanto, percebeu que não havia a quantidade suficiente justamente do item mais caro do cardápio: o bacalhau.

“Já vinha comprando com certa antecedência porque quando vai chegando perto sempre aumenta. Vou levar só um pedaço [de bacalhau], já é satisfatório e é só para completar.

Iris acrescenta que, somente para o almoço, deve gastar em torno de R$ 600, especialmente por causa das proteínas. “O bacalhau é o que está mais caro. O filé eu consegui um pouco mais em conta. Camarão, está praticamente o mesmo preço. Mas o bacalhau, que é o prato principal, é bem mais caro”, declara.

Jaime Brito, auxiliar administrativo, por outro lado, revela que tirou um dia inteiro para fazer pesquisas de preços nos supermercados e feiras de Belém para tentar economizar.“Na feira, você encontra o peixe mais barato, principalmente se for de madrugada, só que assim, eu ainda encontrei no Ver-o-Peso o pirarucu fresco a R$ 40, no caso o lombo, que é a parte que tem mais carne. Então, tem que fazer isso e misturar com o bacalhau porque está muito caro”, aponta Brito.

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