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Chuvas de início do ano elevam preços de frutas e legumes em Belém; entenda

Feirantes destacam como o inverno amazônico afeta a oferta e os valores de itens essenciais no mercado.

Jéssica Nascimento
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O "inverno amazônico" chega a Belém trazendo não apenas as chuvas intensas típicas do início do ano, mas também um aumento considerável nos preços de frutas, verduras e legumes. A combinação de entressafra, dificuldades de transporte e alta demanda causa oscilações significativas nos valores, tornando o planejamento de compras essencial para consumidores. Por isso, o Grupo Liberal ouviu na manhã desta sexta (3/12) feirantes e o supervisor técnico do Dieese-PA para saber quais produtos estão mais caros e mais baratos neste período e entender as causas das variações de preço.

Impacto do inverno amazônico

De acordo com Everson Costa, supervisor técnico do Dieese-PA, o aumento nos preços dos alimentos está diretamente ligado ao desafio logístico causado pelo período chuvoso. 

"O tempo do frete aumenta, e as condições precárias das estradas federais e estaduais elevam ainda mais os custos para trazer os produtos até Belém. Somado a isso, a entressafra reduz a oferta de itens como frutas e legumes", explica.

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Segundo ele, a manga rosa, a melancia e o limão, no acumulado de preços de 2024, ficaram mais caros, mas já começam a apresentar agora no começo do ano um certo recuo de preços. “Porém, mais da metade dos itens que a gente pesquisa estão semanalmente com preço mais elevado”, lembrou o supervisor técnico.

Costa explica que a expectativa é que esses aumentos continuem. “Vai depender muito da produção externa e vai depender também da quantidade de chuvas que vão dificultar a entrega desses produtos pra gente”, avaliou.

Produtos que mais subiram e oscilações de preço

Os feirantes da cidade têm observado o impacto diretamente nos balcões de venda. Nildo Moreira, feirante no bairro da Pedreira, relata: "Neste janeiro, a acerola, o cheiro-verde e a couve subiram muito. Já o maracujá e a goiaba ficaram mais baratos." A couve, antes comercializada por R$ 2,50, agora chega a R$ 4 o maço.

image Feirante Nildo Moreira. (Imagem | Ivan Duarte)

Camila Colares, feirante e pedagoga, confirma a alta dos preços, especialmente em produtos como alface, que custa entre R$ 6 e R$ 7, dependendo das condições climáticas. "Comer saudável ficou caro. É preciso pesquisar muito para encaixar no orçamento," observa.

image Feirante e pedagoga Camila Colares. (Imagem | Ivan Duarte)

Chuvas intensas x sazonalidade das colheitas

Mauri Ferreira, também feirante na Pedreira, destaca que nem todos os produtos ficam mais caros. "Enquanto o morango continua em alta e o mamão começa a subir novamente, frutas como abacate já mostram queda nos preços. Alguns produtos, como o chuchu e a beterraba, até caem de valor porque se adaptam bem às chuvas", diz.

image Feirante Mauri Ferreira. (Imagem | Ivan Duarte)

Essa variação está diretamente ligada ao momento das colheitas. Algumas frutas e legumes atingem o pico de produção no período chuvoso, o que ajuda a amenizar os impactos no mercado local.

Orientação para os consumidores

Para enfrentar essas oscilações, Everson Costa recomenda que os consumidores pesquisem e diversifiquem a alimentação. "Diferenças de preço podem chegar a 20% entre feiras e supermercados. Além disso, apostar em frutas regionais, como pupunha e bacaba, pode ser uma alternativa para economizar," aconselha o economista.

Os feirantes também enfatizam a importância de promoções. "Sempre tentamos manter o preço mais em conta com pacotes e maços promocionais. Cheiro-verde, por exemplo, pode sair por R$ 3 ou dois por R$ 5," diz Camila.

As 5 frutas mais caras de Belém em janeiro

  1. Abacate

  2. Tangerina

  3. Goiaba

  4. Maracujá 

  5. Acerola

As 5 frutas mais baratas de Belém em janeiro

  1. Manga 

  2. Melancia

  3. Melão

  4. Limão 

  5. Banana

Fonte: Everson Costa, supervisor técnico do Dieese-PA

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