Cesta básica aumenta em todas as regiões brasileiras

Região Norte acompanha tendência nacional de inflação em itens de alimentação

Fabrício Queiroz
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O valor da cesta básica 35 produtos de largo consumo avançou 1,84% entre fevereiro e março deste ano, aponta o Índice Nacional de Consumo dos Lares Brasileiros, da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Em termos de custos, a variação observada indica um aumento médio de R$ 792,43 para R$ 806,98. O acumulado dos últimos 12 meses na região Norte ficou em 11,45%.

A alta regional acompanha uma tendência nacional para os produtos da cesta básica. De acordo com a pesquisa, a região Sul teve a maior variação no preço médio, com alta de 3,38%. Em seguida, está a região Sudeste com alta de 3,16%. O Nordeste e o Centro-Oeste aparecem com aumentos de 1,93% e 1,58%, respectivamente. No cenário nacional, os preços da cesta básica registraram aumento de 2,40%, passando de R$ 719,06 em fevereiro para R$ 736,34 em março. Já em relação ao trimestre, o acumulado foi de 5,11% e, em 12 meses, a alta foi de 15,45%.

A pesquisa aponta que os produtos com as maiores altas são: tomate, cebola, leite longa vida, óleo de soja e ovo, com aumentos que vão de 0,65% até 122,68% nos últimos 12 meses. Em contrapartida, o pernil, o açúcar refinado e a carne traseira apresentaram tendência de queda entre fevereiro e março. Um dos fatores responsáveis por isso seria o óleo diesel, que impacta a logística da cadeia de abastecimento. Somente no mês de abril, a alta no insumo foi de 4,74% e já ultrapassa 53% nos últimos 12 meses.

O resultado disso se observa no aumento do consumo nos lares brasileiros. De acordo com a Abras, o índice do primeiro trimestre indica avanço de 2,59% e, ao longo do ano, estima-se uma alta de 2,80% no consumo. A maior variação do consumo no trimestre foi registrada igualmente entre fevereiro e março, com alta de 6,58%.

Para Jorge Portugal, presidente da Associação Paraense de Supermercados (Aspas), a alta do consumo, no entanto, não significa um aumento das vendas nas redes supermercadistas, já que o índice estaria mais relacionado à própria alta dos preços. “O consumidor está procurando alternativas mais acessíveis, diminuiu, por exemplo, o consumo de carne e aumentou a compra de embutidos ou então compra 1,5 kg ao invés de comprar 2 kg. São substituições que são feitas na busca por preços mais em conta”, avalia.

Com isso, Jorge Portugal observa também mudanças no comportamento do consumidor no sentido de privilegiar a economia. “Nós vemos que o consumidor tem pesquisado cada vez mais e sendo mais criterioso na hora da compra. Onde ele encontra uma promoção, ele vai atrás”, pontua.

Para a dona de casa, Nazaré Bentes, a pesquisa de preços é uma constante desde que passou a notar os aumentos sucessivos nos produtos da alimentação. “A gente sempre busca, mas muitas vezes não tem para onde correr porque em todos os lugares está tudo caro”, lamenta a consumidora, que alega que os aumentos são observados mesmo mercados menores e feiras.

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