MENU

BUSCA

Café tem nova alta em janeiro; consumo e venda do produto caem em Belém

Com alta de 9,10%, o café foi o segundo item mais caro na cesta básica do paraense em janeiro de 2025

Paula Almeida / Especial para O Liberal

O preço do café segue em alta no Brasil, e Belém sente os impactos diretos dessa escalada. Alguns consumidores passam até a consumir em menor quantidade o produto, para equilibrar os gastos com alimentação. Isso porque, em janeiro de 2025, o produto registrou um aumento de 9,10%, tornando-se o segundo item mais caro da cesta básica na capital paraense durante o mês.

Segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA), o quilo do café, que custava em média R$ 50,02 em dezembro, passou para R$ 54,57 no início deste ano. O aumento expressivo reflete um cenário de escassez. Condições climáticas adversas impactaram grandes produtores, como o Brasil e o Vietnã, reduzindo a oferta do grão. Além disso, o câmbio desfavorável, apesar das últimas quedas do dólar nas últimas duas semanas, também encarece os custos de importação e produção, elevando os preços para o consumidor final.

Impacto no consumo e nas vendas

Com o café cada vez mais caro, muitos consumidores estão reduzindo a quantidade ingerida ou buscando alternativas mais acessíveis. Jorge Portugal, dono de uma rede de supermercados em Belém, observou uma queda nas vendas do produto.

"Vendíamos o quilo do café por R$ 8,50 no ano passado. Agora, ele está saindo por R$ 13,50. Isso impacta diretamente o bolso do consumidor. O que temos percebido é que as pessoas não estão trocando o café por outro produto, mas sim reduzindo o consumo. Quem tomava duas xícaras por dia agora toma apenas uma", afirma o empresário.

Essa redução reflete uma tendência nacional. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), o consumo per capita de café caiu em 2024, um reflexo direto da disparada de preços. Para muitos brasileiros, a bebida, que sempre fez parte da rotina diária, começa a pesar no orçamento.

VEJA MAIS

Conab estima queda na produção de café com 51,8 milhões de sacas
Resultado representa queda de 4,4% na comparação com 2024

250g por R$ 11: Café tem maior alta de preço em Belém entre produtos da cesta básica em 2024
Conforme o Dieese, a cesta básica de alimentos na capital custou, em outubro, cerca de R$ 649,49.

Quem ainda mantém o hábito?

Apesar disso, alguns consumidores seguem fiéis ao café, como é o caso do publicitário Victor Oliveira, que toma entre quatro e cinco xícaras por dia.

"Eu gosto muito de café e ele me ajuda no trabalho, tanto de manhã quanto à tarde. Percebi que o preço subiu, mas meu consumo não mudou tanto porque eu compro uma marca mais acessível. Como minha família faz uma garrafa grande por dia, sempre sobra café para mim."

Victor também aponta que o corpo se acostuma à cafeína, o que o leva a consumir doses maiores para obter o mesmo efeito estimulante. Ainda assim, ele reconhece que, se os preços continuarem subindo, pode ser necessário reduzir o consumo.

Especialistas indicam que a alta do café pode persistir ao longo de 2025, o empresário Jorge afirmou que não há expectativa de queda nos preços. Para os consumidores, isso significa mais desafios para manter o hábito de tomar a bebida diariamente. Enquanto alguns optam por marcas mais baratas, outros já estão diminuindo a frequência do consumo. A bebida, que sempre foi sinônimo de acolhimento e energia no dia a dia dos brasileiros, agora se torna um item praticamente de luxo para muitos lares.

Economia