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250g por R$ 11: Café tem maior alta de preço em Belém entre produtos da cesta básica em 2024

Conforme o Dieese, a cesta básica de alimentos na capital custou, em outubro, cerca de R$ 649,49.

Jéssica Nascimento

Segundo pesquisa divulgada nesta quarta (13/11) pelo Dieese, de janeiro a outubro de 2024 o preço do café aumentou 31% em Belém. O produto foi um dos itens da cesta básica que mais subiu de preço no mês passado e o produto com a maior alta ao longo deste ano. Em outubro, o preço médio do quilo do café estava custando R$ 45,84. Isso significa que a população belenense paga hoje R$ 11,46 em média pelo pacote de 250g do produto nos supermercados


Ainda conforme a pesquisa, o preço da maioria dos alimentos básicos consumidos pelos paraenses voltou a ficar mais caro. Por isso, a cesta básica de alimentos em Belém custou, em outubro, cerca de R$ 649,49. Como o café foi um dos itens básicos que mais subiu de preço no mês passado, o produto ajudou a encarecer o custo total da cesta de alimentos no Pará. O aumento no preço do café superou mais que o dobro da inflação calculada para o mesmo período.

Motivo do aumento

Para Everson Costa, supervisor técnico do Dieese no Pará, o aumento pode continuar devido ao fato de o café ser uma commodity. “Sendo uma commodity, ele oscila muito com o preço de mercado. A gente tá falando de um dólar, por exemplo, que tá mais caro pra nós. Estamos falando de custos internos de produção que se elevaram”, explicou. 

O clima seco também contribui para o encarecimento do produto. Isso ocorre porque as mudanças climáticas impactam a safra, passando pelo plantio, produção, qualidade e oferta do café. O resultado é uma oferta menor do produto e preços maiores. Segundo Costa, pelo Brasil ser o maior produtor do grão e o segundo maior consumidor do produto, há maior oscilação dos preços, seja na exportação, seja no varejo. 

Impacto para vendedores e consumidores

O Grupo Liberal ouviu na manhã desta quarta (13/11) dois vendedores de café e um consumidor do produto sobre o impacto da alta do preço nas vendas e na compra do item. 

Caio Duarte é dono de um quiosque de café na Avenida Rômulo Maiorana e admite dificuldade para vender o produto. “A gente teve que aumentar o preço do café conforme o aumento do valor. (As vendas) foram impactadas um pouco. Teve alguns clientes que reclamaram. No começo, a gente aumentou um pouco o preço do café, mas com muitas reclamações a gente deu uma quebrada pra tentar equilibrar o preço”, disse.

Wilainny Lopes trabalha há 20 anos com a venda de café e tapioca na calçada do Bosque Rodrigues Alves. Hoje, o café preto dela custa 2 reais; o café com leite, 3 reais; e o café com tapioca, 8 reais. Ela afirmou que ‘sentiu’ o atual aumento do preço. “Eu sempre tento não aumentar os preços por conta dos clientes. Na verdade eu tô pulando de supermercado, né? Eu vou pra um mais barato. Depois eu compro queijo em um lugar, leite em outro e aí eu vou driblando dessa forma”, revelou.

Rodrigo Glécio é cozinheiro e costuma comprar café toda semana no supermercado. “A gente sente no bolso porque tá um absurdo o preço do café. Antes, você comprava um café em torno de cinco a seis reais. Hoje em dia, tá chegando a doze, treze, no máximo a quatorze reais eu já cheguei a comprar”, declara. 

Para ele, o motivo do aumento do preço se deve aos problemas climáticos mundiais. “Muitos problemas em relação ao aquecimento, tem produtores que tão perdendo as suas colheitas”, analisa o cozinheiro. “O homem tá acabando com o planeta e o meio ambiente”, afirmou. 

Preço do café em Belém com dados do Dieese 

Mês | Preço médio do quilo do café

Janeiro de 2024: R$ 35,04

Setembro de 2024: R$ 45,51

Outubro de 2024: R$ 45,84





 

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