Belém teve alta de 29% nos preços das passagens aéreas em 2022

Regiões Norte e Nordeste registram tarifas mais altas que a média nacional

Fabrício Queiroz
fonte

As passagens aéreas ficaram mais caras e atingiram o maior valor na série histórica durante o ano de 2022. O levantamento foi realizado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e mostra que os bilhetes custaram em média R$ 644,50 no ano passado, o que representa alta de 21,3% em relação a 2021, quando os preços giravam em torno de R$ 531,30. Em Belém, a inflação foi ainda mais forte e alcançou 29,59%, elevando os preços de R$ 549,71 em 2021 para R$ 712,38 em 2022. Ou seja, os paraenses pagaram R$ 161,67 a mais por trecho para viajar.

O impacto foi sentido ainda com mais intensidade em outras cidades do estado. Em Santarém, as passagens foram vendidas por cerca de R$ 749,08; já em Marabá, os valores médios foram de R$ 791.91. Dessa forma, o Pará registrou tarifas acima da média nacional ao valor de R$ 746,90 entre janeiro e dezembro do ano passado, enquanto a região Norte alcançou R$ 797,02.

LEIA MAIS:

image Passagens aéreas caras são impasses para crescimento do turismo em Alter do Chão
Altos preços impactaram no número de turistas para o Çairé 2022, Réveillon e Carnaval 2023

image Inflação em Belém: passagens aéreas e remédios lideram altas de preços em abril
Entre os produtos farmacêuticos, os que mais tiveram alta foram os anti-inflamatórios e antirreumáticos (6,57%) e anti-infeccioso e antibiótico (6,05%)

image Milhas aéreas: como conseguir, como trocar por produtos e como viajar de graça com o benefício
O cartão de crédito é a forma mais comum, só que exige cuidados. Compras sem cartão também podem resultar em acúmulo de pontos

A título de comparação, as passagens no Sul custaram cerca de R$ 597,73 e no Sudeste R$ 607,66. Em todos os casos, os aumentos detectados são bem maiores que a inflação de 5,8% calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na avaliação do economista Genardo Oliveira, a alta nos preços das passagens está relacionada principalmente ao aumento da demanda no pós-pandemia e à baixa concorrência no setor, onde três companhias concentram a maior parte do mercado. “A concentração do setor aéreo em poucas empresas dependendo do destino escolhido limita a concorrência e pode levar a preços mais altos. Outro aspecto a ser considerado é a variação cambial, já que o setor aéreo é influenciado pela cotação do dólar e suas variações, bem como os repasses e alterações dos preços neste segmento”, analisa.

Em contrapartida, os preços tiveram uma leve queda nos primeiros meses de 2023. Segundo a Anac, a tarifa média no Brasil estava em R$ 635,83 até fevereiro e de R$ 665,28 em Belém, o que significa uma redução de 1,34% e 0,88%, respectivamente. Contudo, Genardo Oliveira considera que ainda é cedo para garantir que haverá uma tendência de queda, visto que aspectos como o crescimento mais lento do serviços, a alta demanda por viagens e a desvalorização do real frente ao dólar ainda pesam na precificação.

“Os preços do petróleo também têm impacto direto nos preços das passagens aéreas, uma vez que o querosene de aviação (QAV) corresponde a cerca de 40% das despesas de uma companhia aérea. Entre janeiro e novembro de 2022, o QAV teve um aumento de 59%. Atualmente, o preço do petróleo está em torno de US$72,85 e a previsão para os próximos anos é de oscilação nos preços”, complementa o economista.

Em nota ao Grupo Liberal, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) afirmou que os dados divulgados pela Anac demonstram que os preços tem sido afetados pela flutuação do câmbio, que influencia em 60% dos custos de uma companhia aérea. Aliado a isso, as companhias também sofreram o impacto da guerra da Ucrânia, que repercutiu no mercado internacional de óleo e gás. Nesse cenário, a entidade diz que o custo do combustível aumentou 121%.

“Apesar disso, as empresas aéreas estão constantemente anunciando novos voos e promoções, buscando prover o melhor serviço a preços competitivos. Em fevereiro de 2023, cerca de 30% dos bilhetes foram vendidas abaixo de R$ 300, e quase 60% até R$ 500”, informa a ABEAR, ressaltando que a mudança na política de preços da Petrobras deve beneficiar o setor, porém outras medidas são necessárias.

“O combustível brasileiro segue precificado como se viesse do exterior, sendo que mais de 90% desse insumo é produzido no país. O QAV disparou nos últimos três anos e isto impacta custos estruturais e preços de bilhetes. Além disso, o Brasil é o único país que tributa o QAV (ICMS, por exemplo), tornando o preço pago nas refinarias brasileiras 32% superior ao valor pago pelas aéreas americanas”, acrescenta a nota que defende ainda a aprovação da Medida Provisória 1.147 que zera as alíquotas de PIS/Cofins para as empresas.

Preços médios das passagens em 2022

  • Brasil – R$ 644,50
  • Norte – R$ 797,02
  • Nordeste – R$ 706,06
  • Sudeste – R$ 607,66
  • Sul – R$ 597,73
  • Centro-Oeste – R$ 620,49
  • Pará – R$ 746,90
  • Belém – R$ 712,38
  • Marabá – R$ 791.91
  • Santarém – R$ 749,08

Preços médios das passagens aéreas em 2023

  • Brasil – R$ 635,83
  • Norte – R$ 796,02
  • Nordeste – R$ 707,66
  • Sudeste – R$ 594,94
  • Sul – R$ 585,85
  • Centro-Oeste – R$ 606,95
  • Pará – R$ 739,45
  • Belém – R$ 706,06
  • Marabá – R$ 772,57
  • Santarém – R$ 740,52
Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Economia
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM ECONOMIA

MAIS LIDAS EM ECONOMIA