Belém registra deflação de 1,29% em julho
IPCA acumulado dos últimos 12 meses, porém, chega 7,17%
Em julho de 2022, a Região Metropolitana de Belém registrou 1,29% de deflação, ou seja, redução nos preços. Com o resultado, a capital paraense registra agora uma inflação de 7,17% nos últimos 12 meses, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística nesta terça-feira (9).
Os serviços com maiores quedas nos preços no último mês foram os transportes os de transportes (-4,09%), habitação (-2,58%), alimentação e bebidas (-0,71%) e saúde e cuidados Pessoais (-0,44).
Entre as altas estão os artigos de residência (0,16%), educação (0,25%), comunicação (0,61%), despesas pessoais (0,70%) e vestuário (1,05%). No acumulado do ano, a inflação da região metropolitana de Belém entre janeiro e julho está estimada em 3,66%.
A retração nos preços, porém, não foi sentida pelos consumidores que moram em Belém. A autônoma Liliane Vaz conta que tudo está caro e que os salários do trabalhador comum não cobrem todas as despesas do mês. Ela lamenta principalmente a alta no preço do frango, que passou de R$16 para R$28, segundo ela.
"Pobre está comendo só ovo", afirma. Ela trabalha na feira da Pedreira e conta que a banana que era vendida no local por R$3 agora está saindo por R$9, um aumento que ela qualifica como absurdo.
"A gente dá um jeito. Aperta ali, aperta aqui. Deixa de sair para comer melhor. Temos que fazer escolhas. Ou passeia ou come bem ao longo da semana. Nunca mais eu comi uma picanha. Está difícil', aponta.
Márcia Lobato é feirante e diz que todo fim de mês é a mesma coisa: a conta não bate. Ela conta que o percentual de lucro está cada vez menor, enquanto o valor da cesta básica só aumentou nos últimos meses.
Ela avalia que se não fosse a ajuda do marido para compartilhar as contas, viver e comer bem seria impossível. Ela aponta que o maior impacto na inflação foi no preço do leite, que ela está diminuindo o consumo, e a carne vermelha.
Diante de tanta carestia, alguns hábitos precisaram ficar para trás. "Tem três meses que eu não faço as unhas. Minha sobrancelha também", diz rindo.
Na opinião dela, o Governo Federal deveria usar melhor os recursos recolhidos dos impostos para investir em educação e qualificação, para não deixar parte da população dependendo apenas de benefícios sociais.
O motorista de transportes por aplicativos Jamilto Barbosa está há dois anos e seis meses no ramo, no qual trabalha entre dez e doze horas por dia. Para ele, os custos de quem possui veículos aumentaram muito nos últimos meses, por conta da disparada do preço da gasolina.
Porém, ele afirma que a recente redução na cobrança do Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços ajudou e muito quem ganha a vida nos volantes. A queda não foi o suficiente, porém, para aplacar as outras altas. "O leite, por exemplo. O quilo aumentou muito. Da semana para cá eu senti uma diferença de R$4 no preço.
Em todo o Brasil, a pesquisa apontou que o IPCA de julho no país teve queda de -0,68%, ante 0,67% em junho. Foi a menor taxa registrada desde o início da série histórica, iniciada em janeiro de 1980.
No ano, o IPCA acumula alta de 4,77% no Brasil e, nos últimos 12 meses, de 10,07%, abaixo dos 11,89% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em julho de 2021, a variação havia sido de 0,96% no país.
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