Arroz acumula alta de 8,22% nos supermercados de Belém e é o alimento mais caro da cesta básica

Em abril, a variação alcançou a marca dos 8,22% na comparação com março; preço final ficou, em média, nos R$ 6,58

Camila Azevedo

Apesar de o valor da cesta básica consumida pelos paraenses ter apresentado recuo durante o último mês, o arroz, alimento fundamental do dia a dia, registrou alta de 8,22% nos supermercados de Belém. O levantamento foi realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA) e mostra, ainda, que desde janeiro deste ano, o produto tem ganhado destaque entre os que mais acumulam preços elevados. 

Além disso, em abril, na comparação com os doze alimentos que fazem parte da cesta básica comercializada no Pará, o arroz foi o que teve o maior reajuste no preço, com alta superior à inflação de 2,42% calculada para o período, fechando em R$ 6,58. Em março, era R$ 6,08. No último ano, a variação foi de 29,27%, também superando o índice do momento, avaliado em 3,83%, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC/IBGE). 

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O consumidor tem sentido os impactos negativos que a sequência de alta nos preços do arroz tem gerado. Francisco Santos, estudante de pós-graduação de 25 anos, não é natural de Belém e veio para a cidade como bolsista do curso que faz. Para ele, o desequilíbrio nas contas do mês é agravado por uma série de fatores, como as compras no supermercado e o aluguel. 

“Ultimamente, o preço acaba prejudicando nas contas do final do mês, principalmente para alunos que vêm de outra cidade e são bolsistas. Consumimos, aproximadamente, de 3 a 4 quilos por mês, porque temos o costume de comer bastante arroz, então, no final do mês acaba impactando, prejudicando as contas. Nós dividimos tudo e fazemos orçamentos, então, no final, bagunça tudo”, relata.

Francisco divide os gastos com outras cinco pessoas, mas sempre recebe visitas, o que também reflete na quantidade de arroz cozinhado. A tática, então, é pesquisar pelas melhores condições, tanto de pagamento, quanto do alimento em si. “Além de buscar em outros locais, busco outras marcas e outros tipos de arroz para tentar encontrar um valor mais acessível”, completa o estudante.

image "no final do mês acaba impactando, prejudicando as contas", relata Francisco (Carmem Helena / O Liberal)

Economista cita dois motivos para justificar cenário

A redução de áreas cultivadas e a escassez de arroz devido ao período de entressafra são os fatores citados pelo economista Valfredo Farias para justificar a sequência de altas vistas no preço dos grãos. “Algumas coisas podem explicar esse aumento, algumas delas é a diminuição de áreas cultivadas: muitos produziam arroz em Roraima e pararam, alguns vieram para o Pará, outros procuraram outras áreas…”.

“Mas, de certa forma, houve uma diminuição nos campos cultivados. Então, quando você tem menos áreas cultivadas, você produz menos e, quando isso acontece, você tem uma demanda igual, mas com pouca oferta. Tem o encarecimento natural do produto. Outro motivo que geralmente está associado ao aumento no preço dos alimentos, principalmente de grãos, são as safras perdidas ou prejudicadas, muitas vezes, em função do clima”, diz.

Com isso, o consumidor é o mais afetado, principalmente o de baixa renda. “Sabemos que o sul do país é um grande produtor de arroz e, lá, de vez em quando tem geadas, secas muito fortes e aquilo impacta toda a produção, que por sua vez, vai ter menos arroz disponível. É difícil ver uma pessoa que não come arroz no Brasil, então, o consumidor vai ter que pagar mais, infelizmente, os mais impactados são as pessoas mais pobres”, finaliza Valfredo.

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