Após reajuste de 10,98%, veja cinco dicas para economizar ao comprar remédios

Conselho Federal de Farmácia dá algumas orientações para que o consumidor não sinta tanto o impacto dos aumentos no bolso

O Liberal

Desde os dia 1º de abril, os preços dos remédios ficaram até 10,89% mais caros, devido ao reajuste da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), autorizado pelo presidente Jair Bolsonaro, no dia 30 de março. Em 2021, os consumidores já tinham enfrentado um reajuste 10,08% para os medicamentos, ante uma inflação de 4,52% no ano anterior.

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O percentual de aumento é definido com base no cálculo que considera a variação da inflação, ganhos de produtividade das fabricantes de medicamentos e variação dos custos dos insumos e características de mercado.

Neste ano, o aumento ocorreu no momento em que o endividamento atingiu 77,5% dos lares do País, o maior resultado para o mês de março em 12 anos da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. No Pará, o número de famílias endividadas cresceu 8,1 pontos percentuais e chegou a 66,8% em março deste ano.

Além disso, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) Contínua, realizada pelo IBGE, aponta que há mais de 12 milhões de desempregados em todo o Brasil.

Ao mesmo tempo, houve redução de 27% dos investimentos com o programa Farmácia Popular do Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2015, segundo um levantamento da ONG Repórter Brasil junto à Fiocruz e ao Ministério da Saúde.

Walter da Silva Jorge João, presidente do Conselho Federal de Farmácia (Foto: Divulgação / CFF)

Para o presidente do Conselho Federal de Farmácia (CFF), Walter da Silva Jorge João, neste cenário de dificuldades, o consumidor pode ser amparado pelo farmacêutico, com humanidade e orientação técnica, de modo que garanta a economia na aquisição de medicamentos.

Veja cinco dicas do Conselho Federal de Farmácia (CFF) para economizar com a compra dos medicamentos

  1. Evite a automedicação: “A instrução precípua, evidentemente, é coibir a automedicação, que pesa no bolso e na saúde, encorajando o uso racional de fármacos”, diz o presidente Walter da Silva Jorge João.  
  2. Descubra se o medicamento pode ser adquirido de forma gratuita: Se a população não tiver sido orientada sobre a gratuidade do item pelos médicos e enfermeiros, o farmacêutico pode ajudá-la. “Caso a terapia medicamentosa seja indispensável, os farmacêuticos estão absolutamente preparados para orientar a busca de medicamentos na rede pública e nas unidades básicas de saúde dos municípios – em caso de receitas emitidas no SUS – ou de unidades incluídas no programa Farmácia Popular, onde até receitas particulares e de planos de saúde são aceitas”, explica o presidente do CFF. Ainda segundo ele, se os medicamentos forem de alto custo, as unidades distribuidoras dos Componentes Especializados de Assistência Farmacêutica (CEAF) dos Estados devem ser o caminho indicado. “Além disso, certamente é praxe dos colegas que atuam nas farmácias comunitárias orientar a procura por programas dos próprios laboratórios farmacêuticos – alguns oferecem até 90% de desconto aos pacientes cadastrados. Planos de saúde também podem contar com programas de descontos em medicamentos ou farmácias conveniadas”.
  3. Troque por um genérico: Essa é uma das maneiras mais populares de economizar com a compra de medicamentos. De acordo com Walter da Silva Jorge João, os próprios farmacêuticos podem indicar a modalidade aos consumidores, já que, em geral, os medicamentos genéricos são muito mais baratos que os originais. "Sempre explicando ao paciente que os mesmos seguem critérios de segurança idênticos aos de marca, para registro na Anvisa”, acrescenta. 
  4. Opte por farmácias de manipulação: Walter da Silva Jorge João explica que, dependendo do medicamento, pode ser mais econômico a compra em farmácias de manipulação, que entregam opções mais baratas e também contam com programas próprios de desconto. "Em alguns casos, o medicamento manipulado pode ter a mesma eficácia, mas um valor bem mais em conta. O ideal é buscar a quantidade exata ou mais próxima da prescrita para o tratamento. Desta forma, evita-se a aquisição desnecessária de medicamentos. Para isso, o médico deve ser consultado sobre a possibilidade de utilizar as manipulações", pontua. 
  5. Sempre consulte um médico: “O tratamento jamais deve ser interrompido sem conhecimento de quem o prescreveu, ainda que haja sensação de melhora antes do prazo estipulado”, diz o presidente do Conselho Federal de Farmácia.
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