‘Virada Sustentável’ Belém tem mais de 40 atrações em três palcos na capital
O objetivo do evento é descentralizar o debate sobre arte e sustentabilidade e aproximar a temática da periferia
A "Virada Sustentável" fará sua primeira edição, em Belém, após 12 anos. Entre os dias 23 e 26 de novembro, em três palcos espalhados pela capital paraense, a população poderá assistir programações musicais, exposições e outras linguagens artísticas. O objetivo do evento é descentralizar o debate sobre arte e sustentabilidade e aproximar a temática da periferia.
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A "Virada" é o maior festival sobre sustentabilidade, foi realizada anteriormente em São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Belo Horizonte, desde 2011. Além de Belém, Manaus também receberá a programação este ano.
Em Belém a programação é para todos os públicos, a exemplo-lo da "Exposição Amazônia das Crianças", que acontece no Complexo Ver-o-Rio, nesta quinta-feira, com fotografias de Araquém Alcântara. Haverá a instalação "Eggcident" no Porto Futuro, além de no mesmo espaço a exposição "ODS", sobre os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, apresentados em triedros gigantes.
Para quem gosta de cinema e gastronomia poderá participar da "12.ª Mostra do Circuito Tela Verde", no ICED, na Universidade Federal do Pará e a "Feira Criativa e Gastronômica do Sebrae" no píer das Onze Janelas, na Cidade Velha, e também: clube da guitarrada, projeções, espetáculos teatrais e shows.
No palco Ver-o-Rio Aqno, artista e um dos nomes revelações da música pop latina paraense atual com sua estética, sci-fi e futurista convida Layse, cantora também revelação da cena paraense, que em seu repertório reverencia os mestres e mestras da música regional com leituras contemporâneas.
A cantora e multi-instrumentista Layse, 30 anos, fala sobre a importância de artistas da Amazônia protagonizarem esses espaços durante o evento. "Considero a música uma forma direta de informação, de conquista, e a gente está vivendo um momento tão grave na Amazônia. A cop30 chegando aí e a gente sufocando com as mudanças climáticas. Importante trazer essa pauta 'pros' palcos, mas fazer principalmente o que podemos 'pra' espalhar mensagens úteis, usar o microfone 'pra' amplificar nossa voz com as coisas que devem ser ditas bem alto", iniciou.
"Precisamos cuidar da nossa mata, dos nossos rios, a principal fonte de inspiração não só artística, mas da vida de todo ser amazônida. Tratar do lixo, limpar mesmo, plantar, colocar a mão na terra enquanto ainda há tempo - se temos tempo", prosseguiu.
Sobre a parceria com Aqno ela agardece o convite e elogia o artista. Layse acredita que o público irá presenciar a conexão de ambos no palco. "Super artista da Amazônia, fruto de Marabá. Ele é meu amigo, parceiro de muitas e, além disso, sou muito fã dele, da presença de palco, musicalidade, nunca vi uma pessoa que tenha ido no show dele e não tenha saído impactado. Como temos essa ligação desde muito tempo já, tocar no show com ele é muito tranquilo, a gente combina. Nesse show também toco minhas músicas, alguns feats com ele e também lanço “'Desejo Fatal”', que estará nas plataformas digitais na quarta-feira (22)", comentou.
Amazônia em foco
Mayra Casttro, 40 anos, fundadora da InvestAmazônia, designer de conexões e parcerias, é também a coordenadora da Virada Sustentável Amazônia em Belém, esclarece a proposta de descentralizar o debate sobre sustentabilidade. "Fizemos foi um mapeamento de lugares, organizações, projetos e universidades, para começar a entender, a partir disso, um pouco do retrato da cidade. Chamamos por volta de 30 organizações multiplicadoras de várias áreas, para justamente entender a dinâmica da cidade", contou.
"A questão de descentralizar, não é somente descentralizar o debate, mas de descentralizar os pontos focais de eventos na cidade. Um dos primeiros pontos que identificamos nessas conversas, foi a questão da Belém ribeirinha. O outro ponto que também foi muito mencionado com relação à descentralização, era levar a programação para lugares que contemplem as periferias. Por isso que a gente montou um palco no Ver-o-Rio, que ali contempla o pessoal da Vila da Barca, temos também programação na Usina da Paz do Jurunas/Condor, o palco no Píer das 11 Janelas, no centro histórico", seguiu.
A coordenadora local convida o público a participar das programações que são gratuitas e dá mais detalhes. "São mais de 40 atrações diferentes, e toda programação está sendo veiculada na cidade, no Instagram e no site da Virada, é uma programação para todos os públicos. Nós trabalhamos com uma curadoria local e com diversas linguagens, que contempla um público bem diverso, que vai do carimbó ao rap, por exemplo. Teremos, ainda, contações de histórias, apresentações teatrais, shows de música, dança, grupos folclóricos, exposições artísticas, enfim, uma variada e diversa programação para todas as idades e gostos", finalizou.
A virada terá destaques musicais para a Orquestra Amazônia, regida pelo paraense Renan Cardoso, com a participação de Aíla, Jeff Moraes, Gigi Furtado, Juliana Sinimbu, Luê e Naieme. No primeiro dia de evento quem subirá ao palco é o cantor AQNO e quem encerra o show é o Mestre Damasceno. “Um dos maiores representantes atuais da cultura marajoara,
que desde os 19 anos, atua em diversas manifestações populares, como o carimbó e o boi-bumbá. A Virada também contará com pontos de entrega voluntária, onde a população poderá descartar corretamente aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos e tecidos e acessórios em geral. Uma ação educativa e que pode inspirar comportamento de consumo mais sustentável”, concluiu Mayra.
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