Velório de Mestre Laurentino é marcado por comoção e homenagens
Parentes, amigos e autoridades compareceram a cerimônia na tarde deste domingo (22/12)
O compositor e instrumentista Mestre Laurentino será lembrado por seus amigos e familiares como um homem alegre e amoroso. O artista, natural de Ponta de Pedras, no Marajó, morreu no último sábado (21/12) e foi velado na manhã de hoje, por volta das 11h, no Santuário São Sebastião, no bairro da Sacramenta. A viúva de Laurentino, Leonice Carvalho, expressou ao Grupo Liberal o desejo de que o legado do mestre seja eterno e que ele, seja lembrado pela sua arte e alegria.
“Eu gostaria que ele não fosse esquecido. Mas que ele continue sendo o Mestre Laurentino, o roqueiro mais antigo do Brasil, do jeito que ele gostava. O Laurentino não morreu, ele só atravessou, mas continua nos nossos corações”, declara.
Com lágrimas nos olhos, a companheira de Laurentino o acompanhou por mais de 50 anos e lembra que se conheceram através do seu trabalho como mestre. Ela afirma que vai lembrar sempre dos momentos que passavam juntos no interior, “onde ele gostava de estar”, como explicou.
“Quando a gente viajava lá para o interior, de São Caetano, porque ali era o coração da floresta, ele gostava demais de pesca, gostava de andar nos rios, essas coisas, então aquilo, para ele, era vida, era viver”, lembra.
A filha caçula do mestre, Greyce Corrêa, contou que nos últimos anos a saúde de Laurentino vinha sendo acompanhada de perto, tanto em casa quanto no hospital, com consultas e exames regulares. Apesar dessa movimentação, a partida do pai ainda foi um choque, já que os resultados dos exames não apresentaram alterações.
“Ele estava bem, foi muito rápido. A gente fazia um acompanhamento direto, tanto em casa quanto no hospital. E ele fez, não tem nem duas semanas, todo o check-up que o médico passou para ele fazer. Não deu alteração nenhuma de nada, então foi uma surpresa quando a gente viu que o que levou ele foi uma virose, uma simples virose, em dois dias”, lamenta.
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O atual prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, também esteve no velório desta manhã e falou com a imprensa em coletiva sobre a perda do amigo. Ele lamentou a partida do amigo, mas pontuou que a cultura paraense perde ainda mais. “São muitas pessoas que o admiram pela sua obra, pela sua música, pela capacidade de compor… Ele era o mais antigo rockeiro em atividade”, menciona o prefeito.
É importante, na sua visão, fornecer mais apoio aos grandes nomes da cultura local, como se consolidou o nome de Mestre Laurentino. “É uma pena que ele parte apesar da idade avançada, mas assim, que a população conheça mais a vida, a obra e a história do Laurentino e valorize mais, que o poder público ajude a família, um homem com a estatura dele ao ser enterrado precisa de apoio”, afirma.
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