Milton Cunha participa de programa da Globo que mostra a influência africana na culinária carioca
O programa ‘Vim De Lá: Comidas Pretas” é apresentado por Mariana Bispo. Ele vai ao ar no dia 23 de novembro e desvenda os sabores que vêm da África.
Sob o comando de Mariana Bispo, o programa ‘Vim De Lá: Comidas Pretas”, da TV Globo, terá a participação do paraense Milton Cunha em ediição especial que exalta as origens e sabores da ‘nossa terra’, no Mês da Consciência Negra.
A gravação será exibida neste sábado (23), logo após a novela ‘Cabocla’, para a cidade do Rio de Janeiro e para as regiões Norte e Serrana do estado, além da Região dos Lagos, pela Inter TV. O programa ficará disponível também no Globoplay.
Na música, na cultura ou na culinária, no Rio de Janeiro a herança africana está por toda a parte, por conta disso, o programa vai desvendar os sabores que vêm da África e mostrar as raízes da ancestralidade já incorporadas nos pratos brasileiros.
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“Nesse programa a gente entende que o prato do brasileiro é formado principalmente por essa influência africana. Desde a forma como a gente prepara a nossa comida, os ingredientes, é tudo muito misturado: África, Europa e indígenas, povos originários. É muito bonito entendermos que a nossa ancestralidade formou todo um povo, toda uma sociedade e um jeito de se fazer. O programa é uma viagem pelo que a gente já conhece, mas com um outro olhar. Um olhar que nos leva à África, mesmo estando aqui”, conta a apresentadora Mariana Bispo.
Em Paraty, na Costa Verde do Rio de Janeiro, a dupla encontra Tainã Rosa, uma matriarca caiçara conhecida na região pela tradição e sabor dos seus pratos, recheados de significados. Para Mariana e Milton, ela prepara um almoço especial que conta a história da sua família e revela alguns dos ingredientes que não podem faltar à mesa, como o azeite de dendê, o milho e o coentro.
Nascido na Bahia e criado no Complexo do Andaraí, na Zona Norte do Rio, o chef João Diamante já explorou a gastronomia em diversos países, mas após fazer um exame de genética e descobrir sua origem na Nigéria, decidiu cozinhar a comida do seu povo. No programa, ele prepara um prato com quiabo, galinha e canjiquinha, que afirma ter sabor de ‘casa’. “Essa conexão gastronômica fala sobre quem somos, de onde viemos, e ressalta quem são as grandes protagonistas da nossa história, que são as mulheres pretas. Se hoje eu estou cozinhando uma comida ancestral é porque mulheres pretas construíram esse caminho. Foi difícil chegar aqui e é difícil resistir, mas a comida africana é festa, cor, sabor e alegria”, afirma João Diamante.
Para conhecer as cores e sabores que são cultivados no Rio de Janeiro, Mariana Bispo e Milton Cunha vão a feiras livres, uma tradição na cidade. As feiras têm origem no Egito, país que liga o nordeste da África ao Oriente Médio e nelas é possível encontrar tudo, inclusive comida preta. Na Glória, Zona Sul do Rio, a apresentadora conhece a cozinheira nigeriana Latifa, uma refugiada que se tornou referência de comida ancestral. Há dez anos no Brasil, há três ela faz sucesso nas ruas com seu arroz jollof com camarão, banana da terra frita e salada. Ainda na Zona Sul, Mariana e Milton fazem uma trilha africana no Jardim Botânico e conhecem as espécies vegetais vindas da África como o dendezeiro, árvore que origina o azeite de dendê.
“Sou muito agradecido por estar ao lado de uma jornalista tão deslumbrante para mostrar o quão rico é esse trajeto da cultura africana para o mundo. Dentre tantas contribuições e tesouros riquíssimos, os negros triunfantes de África nos trouxeram a sua capacidade de temperar, criar receitas, fazer do limão a limonada. É lindo ver como o Rio de Janeiro absorveu essas delícias. O Rio é africano e a África é carioca”, afirma o pesquisador Milton Cunha.
Na casa da Dona Doroti, em Nilópolis, o almoço em família é servido por Chez Kimberly, da República Democrática do Congo, que prepara uma comida congolesa composta por cebola, pimentão e fúmbua, uma folha encontrada em abundância nas matas da África Central. Da Baixada Fluminense, a dupla parte para um Quilombo, em Niterói, e, ao som de um samba de raiz experimenta uma feijoada tradicional, símbolo de resistência e união do povo negro.
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