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Tainá Maneschy abre exposição com temática erótica em Belém

A mostra "Dezessete/Dezoito" fica em cartaz apenas por um dia e já passou por Lisboa e São Paulo

Lucas Costa
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Um grito pela liberdade artística e erótica feminina é a característica da exposição “Dezessete/Dezoito”, da artista paraense Tainá Maneschy, que ficará aberta à visitação apenas nesta quinta-feira, 7, no Casarão Floresta Sonora, a partir das 16h. Além das ilustrações da artista, o público também poderá curtir um pocket show da cantora Camila Honda e karaokê. A entrada é gratuita até às 20h, e R$ 5 após.

Tainá Maneschy é uma ilustradora e artista visual formada em Cinema e pós-graduada em História da Arte. Atualmente vive em Lisboa, onde se dedica às artes visuais em seu atelier. A imersão no universo da arte erótica realista, que resultou nas obras apresentadas em “Dezessete/Dezoito”, foi motivada pelas manifestações contrárias à mostra "Queermuseu: Cartografias da Diferença na Arte Brasileira", em Porto Alegre, em 2017.

A exposição fica em cartaz apenas por um dia, e é a primeira apenas com trabalhos de Tainá. A mostra passou por Lisboa (Portugal), onde Tainá mora atualmente; e São Paulo. “Dezessete/Dezoito” é um compilado de dois anos de pesquisa artística a respeito da perspectiva feminina no ato sexual.

"Você vê o Milo Manara (conhecido desenhista italiano) que só desenha mulheres bonitas para homem ver. Eu tento fugir disso. Quero mostrar a perspectiva feminina, porque a mulher também sente prazer, mulher também gosta disso. Toda a indústria pornográfica, e parte de produção de arte, é sempre com o mesmo olhar", diz.

Tainá conta que a arte erótica sempre esteve em seu campo de interesse como artista, mas a produção foi motivada por um episódio em que uma mostra de arte erótica sofreu um boicote no Brasil. “Quando comecei a me aventurar um pouco mais na arte, e aprender um pouco mais sobre ilustração, teve esse episódio do Queermuseu, e eu admirava muito a arte erótica, mas tinha meus medos, meus próprios pudores. Não sabia como minha família ia reagir e etc. E quando aconteceu a censura, eu pensei que talvez esse fosse o momento de fazer isso”, conta.

Em um contexto onde uma onda de conservadorismo enfrentada pelo Brasil atinge também a arte, como no episódio em que a exposição “Queermuseu: Cartografias da diferença na Arte Brasileira” foi fechada às pressas em Porto Alegre, após grupos como o Movimento Brasil Livre (MBL) terem apontado apologia a pedofilia, zoofilia e blasfêmia nas obras; Tainá considera importante que trabalhos como este ocupem cada vez mais lugares.

“Eu acho que não só o meu trabalho, mas trabalhos de arte erótica, e com a perspectiva feminina, especialmente de empoderamento do corpo feminino, acho que todos esses trabalhos são muito importantes para essa onda de conservadorismo que está tendo no Brasil. Porque a gente precisa lembrar que a gente existe, a gente precisa estar aí para as pessoas saberem que a gente existe, que a gente é real, que a gente sente. E que todas as coisas que a gente retrata são sentimentos genuínos de pessoas”, defende Tainá.

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