Semana Nacional de Museus no Pará aposta em programação on-line
Para aproximar sociedade e museus, Secult promove lives e outros conteúdos digitais sobre arte
A pandemia de coronavírus fez com que muita gente se aproximasse mais da arte, principalmente de forma mediada pela tecnologia. Por esse mesmo motivo a Semana Nacional dos Museus, que promove uma série de atividades em museus de todo o país, também precisou se adaptar à realidade atual. Em vez de visitas, a 18ª edição da ação vai estimular debates como forma de aproximação com a arte.
Este ano a Semana Nacional de Museus traz como tema “Museu é idéia, Museu em rede”; e no Pará, a programação on-line será toda transmitida por meio do perfil da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) no Instagram @secultpara.
A programação iniciou na terça-feira, 19, e segue até a sexta-feira, 22. São conteúdos que vão desde curadorias digitais de espaços, como o da Casa das Onze Janelas, até palestras e lives com discussões de temas como Arqueologia Amazônica, Cultura Marajoara e preservação do patrimônio cultural.
Armando Sobral, diretor do Sistema Integrado de Museus, explica que as atividades para a semana comemorativa já vinham sendo desenvolvidas antes mesmo da pandemia de coronavírus, e foram adaptadas por conta das novas condições.
“Como esse ano fomos surpreendidos pela pandemia e isolamento social, levamos em consideração essa questão, de pensar o museu em um espaço redimensionado para as redes sociais, até porque em meio a pandemia, o museu só pode existir em meio virtual”, destaca ele.
Sobre os temas selecionados para as lives e outros conteúdos que compõem a semana, Armando justifica: “hoje, o museu se constitui muito mais no espaço a partir de princípios do que um lugar que coleciona. Por isso, vamos discutir e debater a importância desse ambiente na nossa realidade amazônica, em que as manifestações culturais têm uma importância muito grande na afirmação da nossa identidade”.
PROGRAMAÇÃO
Nesta quarta-feira (20), o público vai poder conferir um vídeo com o tema "Gestão do Patrimônio Arqueológico: acervo do Estado do Pará", com Paulo Canto, arqueólogo do Sistema Integrado de Museus. O conteúdo fica disponível no Instagram da Secult. No mesmo dia, às 19h, haverá uma live sobre "A paisagem como patrimônio cultural", com o arquiteto e urbanista Fernando Mesquita (IPHAN), e Armando Sobral.
Na quinta-feira, às 19h, a programação segue com uma nova live, desta vez sobre o livro "Um grego agora nu: índios marajoara e a identidade nacional brasileira", com a professora de história e antropóloga Ana Maria Linhares (UFPA), e Cassia da Rosa (Museu do Estado do Pará).
A programação da Secult encerra na sexta-feira com uma live, às 19h, sobre o tema "Um olhar museológico sobre a presença da Arte Conceitual nas coleções de Belém", com a professora Marcela Cabralit (UFPA), e Emanoel Júnior (Sistema Integrado de Museus).
Incorporar as discussões sobre museus ao meio virtual também diz respeito a relação das pessoas com estas instituições, como destaca Armando. “A internet veio transformar nossa realidade em algo dinâmico, o que também reflete nos museus e acaba exigindo que ele se configure, não apenas a partir da sua realidade física, mas como realidade virtual também”, afirma.
“Estamos procurando nos manter nessa pandemia, e buscar esse contato com o público para nos mantermos ativos; além de buscar nossa representatividade e aperfeiçoar nossa capacidade de comunicação com essas ferramentas, e repensar o museu como um espaço que não pode ser convencionalizados”, destaca o diretor.
Criado pelo Conselho Internacional de Museus (ICOM), em comemoração ao Dia Internacional dos Museus, a inciativa visa aumentar a relação desses espaços de memória com a sociedade. No Brasil, o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), que coordena e norteia essa agenda, orientou os espaços a desenvolverem programações digitais e interativas, devido à pandemia causada pela covid-19.
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