Relembre a chinelada que afastou o Legião Urbana de Belém por 29 anos
Renato Russo recebeu uma chinelada no meio de um show no Ginário de Educação Física e saiu do palco
Uma história do rock permanece entre as mais lembradas em Belém. O dia em que Renato Russo abandonou um show na capital paraense após uma chinelada para nunca mais voltar. O ano era 1987 e o Legião Urbana já era a cultuada após lançar os dois primeiros álbuns "Legião Urbana" (1985) e "Dois" (1986).
O produtor Edmilson Mota, que na época tinha 18 anos, lembra da situação. O show no Ginásio da Escola Superior de Educação Física, da Universidade do Estado do Pará (UEPA), lotou com aproximadamente 10 mil pessoas. O público se espremia logo para entrar no espaço. Edmilson foi ao show com um primo. Ele relembra que logo no início Renato Russo, o frontman do Legião Urbana, logo no início brigou com o técnico da iluminação.
"O Legião entrou no palco e o Renato brigou com um iluminador. Ele pediu uma luz fraca, e o cara colocou uma luz forte em cima dele, logo na música "Eduardo e Mônica". O Renato falou no microfone 'tira essa luz senão vou parar de tocar'. DIminuíram a luz e passou. Eles tocaram vários sucessos. Mas, quando estava tocando 'Tempo Perdido' voou uma sandália com força no Renato Russo. Ele parou a música e ficou um silêncio de repente. Ele deixou o palco e foi embora. Depois foram os outros integrantes, eles não voltaram mais. O pessoal começou a gritar 'filho da p...', e foi a aquela confusão. Eu estava perto da porta, fui logo embora", lembra Edmilson.
Após a "chinelada", o Legião Urbana nunca mais retornou ao Pará. O integrante Dado Villa-Lobos lembrou da situação em entrevista ao jornal O LIBERAL, quando o Legião Urbana voltou a se apresentar em Belém em 2016. Dado riu da situação, mas criticou a atitude da pessoa que jogou a sandália. “Estávamos no ginásio, naquela acústica intensa. Veio a sandália e o Renato saiu do palco. Não pode agredir o maluco que está no palco”, relembra.
Após Renato sair do palco, Dado deixou a guitarra com o roadie e também saiu. Do lado de fora, a banda decidiu não retornar mais. Os fãs começaram a gritar, mas não teve jeito. Renato de gênio forte foi embora junto com a banda.
Os fãs sem resposta, enlouquecidos começaram a jogar garrafas e muitas outras coisas no palco. O show se transformou em um grande quebra-quebra. “Eu lembro que fiquei meio pilhado para ir embora da cidade o mais rápido possível. Eu fui sozinho ao aeroporto, às 4 horas da manhã. Lembro de entrar numa loja e estar tocando uma música do Billy Idol”, relembra Dado.
Ao Liberal, VIlla-Lobos assegura que esse não foi o motivo que afastou o grupo da cidade. No show de 2016, que comemorou os 30 anos da banda, com André Fratelli no vocal, Dado selou as pazes com um recado especial para Belém dizendo que amava a cidade e nunca mais o Legião deixaria de tocar na capital paraense.
“A expectativa é a melhor possível, estamos comemorando 30 anos das nossas vidas. É muito gratificante estar no palco, tocando esse repertório e recebendo essa energia dos fãs, que significa para a gente uma comunhão catártica. Os fãs são incríveis, pessoas do bem”, afirma
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