Rao Godinho representa Amazônia Paraense na 6ª Bienal do Sertão de Artes Visuais
O artista paraense Rao Godinho é um dos integrantes da 6ª Bienal do Sertão de Artes Visuais, que acontecerá de 3 a 31 de outubro no Ceará
O artista paraense Rao Godinho é um dos integrantes da 6ª Bienal do Sertão de Artes Visuais, que será realizada até o dia 31 de outubro nas cidades de Crato, Juazeiro do Norte e Santana do Cariri, no Ceará. Para essa bienal, Rao apresenta a série Natura stricta, que representa uma mudança marcante em sua abordagem estética, adotando um tom funesto e denunciatório.
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Segundo Godinho, “é uma honra e uma alegria ter oportunidade de levar minha arte para um público novo e compartilhar minha visão da Amazônia. Já levei a Amazônia para o sudeste, sul e Europa, mas essa é a primeira vez que a levo para o nordeste”, destacou. O artista reforçou ainda que a arte tem o poder de conectar pessoas. “Espero que eu possa inspirar as pessoas a conhecerem mais a Amazônia e a importância de protegê-la”, declarou.
A série “Natura stricta” explora formas e técnicas digitais, transcendendo a fronteira entre o mundo real e o imaginário. As imagens são retiradas das molduras de quadros e transferidas para tecidos cortados em tiras, permitindo uma interação direta do público com a obra. De acordo com Godinho, essa mudança no suporte visa criar uma conexão mais profunda entre as obras de arte e o público: "Estou perseguindo outras formas das obras tocarem o público enquanto o público toca as obras, porque ver já não basta. O desafio nas imagens é a tentativa de desconstruir toda a natureza como Mondrian fez com toda a arte. Entre o olhar mais de perto e a simplificação da forma essencial, existe uma poesia-protesto nas linhas perseguidas entre o contraste do incolor."
Conhecido por suas obras que retratam a Amazônia, Rao Godinho adota uma abordagem única em Natura stricta, apresentando uma visão desolada e ameaçada da floresta tropical. Suas imagens são compostas por linhas e formas abstratas, que evocam a fragilidade da natureza e a urgência da preservação ambiental.
Para Godinho, a arte sempre foi de extrema importância para a humanidade, desde as primeiras pinturas rupestres com seus registros cotidianos, até as controversas obras geradas por IA mais atuais. “Passando por todas as linguagens possíveis. Durante a pandemia, a arte salvou boa parte da saúde mental do mundo inteiro, com os streamings, lives de todo tipo de artistas e visitas virtuais a museus”, destacou.
O artista reforçou ainda que poder associar toda essa importância intrínseca da arte à importância da Amazônia e, mais ainda, poder levar a um evento como a Bienal do Sertão, é uma grande oportunidade. “Principalmente de despertar reflexões sobre a necessidade da preservação do meio ambiente e do fazer artístico como forma de espalhar beleza e protesto”, concluiu.
Bienal
Desde sua fundação em 2012, a Bienal mantém dois núcleos de pesquisa, um histórico e outro contemporâneo. O tema da sexta edição da Bienal do Sertão de Artes Visuais é "Educar a Paisagem", e busca atualizar o momento histórico, convidando artistas visuais, curadores e pesquisadores de todas as nações a participarem de uma reflexão conjunta sobre as reavaliações no planeta, abordando aspectos educativos, históricos, ancestrais e colaborativos.
A 6ª Bienal do Sertão de Artes Visuais tem como tema "Educar a Paisagem" e reúne obras de artistas de todo o mundo, explorando diferentes perspectivas sobre a relação entre as pessoas e a natureza. A exposição é uma oportunidade imperdível para os amantes da arte e cultura.
Agende-se
6ª Bienal do Sertão de Artes Visuais
Data: 3 a 31 de outubro de 2023
Local: Cariri, Ceará
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