Qual a diferença entre Boi-Bumbá e Bumba Meu Boi? Entenda a relação com o Festival de Parintins
O Boi-Bumbá é do norte do Brasil, enquanto o Bumba Meu Boi surgiu no nordeste. No Festival de Parintins, do Amazonas, a figura do animal é o principal símbolo.
Você já deve ter ouvido falar em Boi-Bumbá e Bumba Meu Boi, mas sabe as diferenças e semelhanças entre ambos?
Os dois são manifestações culturais do Brasil, repletas de tradição e história. Enquanto o Boi-Bumbá é difundido na região Norte do país, o Bumba-Meu-Boi é do Nordeste. Ambos possuem a mesma origem, mas se manifestam com celebrações, ritos, músicas e danças diferentes.
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Qual a origem do Boi-Bumbá e Bumba Meu Boi?
O Boi-Bumbá e o Bumba Meu Boi têm a mesma origem. As duas manifestações nasceram da história de Pai Francisco e Mãe Catirina, um casal de trabalhadores escravizados em uma fazenda. A lenda conta que Catirina, grávida, desejou comer língua de boi e teria que ser do mais bonito de todos entre a criação de gado.
Para atender ao desejo da amada, Francisco matou o animal. A morte do boi causou problemas e revoltou o fazendeiro, que tinha aquele animal como o seu preferido. A Sinhazinha, filha do Amo do Boi, também se entristeceu.
Assim, Pai Francisco e Mãe Catirina foram ameaçados de morte, caso o boi não ressuscitasse. O animal voltou à vida com o trabalho de curandeiros e pajés, por meio de rituais, danças e orações. Com o retorno do boi, uma grande festa foi feita.
Tanto no Boi-Bumbá, quanto no Bumba Meu Boi há forte presença de músicas, danças e tradições ancestrais. O sincretismo religioso, com elementos do catolicismo e de crenças indígenas e africanas, está presente nas celebrações.
O que é o Boi-Bumbá?
O Boi-Bumbá é uma manifestação cultural da Amazônia, criada no século XX como variação do Bumba Meu Boi. No estado do Amazonas, o animal é símbolo principal do Festival de Parintins, no qual ocorre a disputa entre os bois Garantido e Caprichoso. O festejo foi oficializado em 1965 e, nesse ano, está em sua 57ª edição.
A rivalidade entre Boi Garantido e Boi Caprichoso existe há mais de 100 anos. O primeiro Festival de Parintins oficial, organizado por amigos membros da Juventude Alegre Católica (JAC), teve por objetivo o levantamento de recursos para a construção da Catedral de Nossa Senhora do Carmo e ocorreu sem a participação dos animais - que estiveram presentes, pela primeira vez, em 1966. Quando os bois entraram para a celebração, a disputa entre as torcidas encarnada (Garantido) e azulada (Caprichoso) intensificou.
Antes da criação do Bumbódromo, também chamado de Centro Cultural de Parintins, o festival era realizado nas ruas do município. Desde a sua inauguração, em 1988, o local enche-se das cores vermelho e azul anualmente com as apresentações de Garantido e Caprichoso.
O que é o Bumba Meu Boi?
O Bumba Meu Boi é natural do Maranhão, no nordeste do Brasil, e surgiu no século XVIII. Atualmente, existem mais de 300 grupos com esse símbolo cultural. A origem vem da colonização portuguesa, iniciada por volta de 1530.
No Bumba Meu Boi não há competição. As apresentações com músicas e danças é unicamente para diversão, com elementos folclóricos, indígenas e africanos, e celebração aos santos juninos - Santo Antônio, São João e São Pedro. Um boneco do animal é construído e adornado com tecidos coloridos, fitas, espelhos e brilhos.
O mestre e a equipe do Bumba Meu Boi dançam ao som de pandeiros, tambores e outros instrumentos por diversão.
Qual a diferença do Boi-Bumbá e Bumba Meu Boi?
Além dos distintos locais de origem, a principal diferença entre Boi-Bumbá e Bumba Meu Boi é o festejo. Enquanto o Boi-Bumbá está presente no Festival de Parintins, que promove competição entre Garantido e Caprichoso e elege o melhor daquele ano, o Bumba Meu Boi marca celebrações sem disputas.
Quando é o Festival de Parintins?
O Festival de Parintins ocorre anualmente no mês de junho. Nesse ano, a celebração está marcada para os dias 28, 29 e 30. A festa ocorre no município que a nomeia, a 420 quilômetros da capital amazonense, Manaus.
(*Lívia Ximenes, estagiária sob supervisão de Enderson Oliveira, editor de Oliberal.com)
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