Promotora do caso Alec Baldwin pede ao juiz que reconsidere anulação do julgamento

Kari Morrissey contesta a decisão judicial baseada na alegação de que as forças policiais suprimiram evidências no caso

Agence France-Presse

Uma promotora nos Estados Unidos solicitou a uma juíza que reconsiderasse a anulação do julgamento de Alec Baldwin por homicídio culposo, contestando a decisão judicial baseada na alegação de que as forças policiais suprimiram evidências no caso contra o ator de Hollywood.

A promotora Kari Morrissey afirmou em uma moção legal divulgada nesta quarta-feira (3/09) que a decisão de anular o julgamento pelo disparo fatal ocorrido no set de "Rust" foi equivocada, e que as evidências em questão não foram compartilhadas porque eram "intangíveis".

"Não houve encobrimento porque não havia nada a encobrir", dizia o documento, que "respeitosamente solicita ao Tribunal reconsiderar a anulação do caso com prejuízo".

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Baldwin estava apontando uma arma na direção da diretora de fotografia Halyna Hutchins durante um ensaio em outubro de 2021, em um set de filmagens no Novo México, quando a arma disparou, matando-a e ferindo o diretor do filme.

A Promotoria argumentou que o astro ignorou protocolos básicos de segurança e agiu de forma irresponsável no set. A defesa de Baldwin, de 66 anos, alegou que não era responsabilidade dele verificar o conteúdo do revólver, algo a cargo da armeira da produção.

O caso foi a julgamento em julho, mas terminou abruptamente depois que a juíza Mary Marlowe Sommer descobriu, durante os interrogatórios, que a defesa não teve acesso a todas as evidências.

No tribunal, foi revelado que um ex-policial entregou balas reais, que poderiam ser semelhantes às usadas no incidente, aos investigadores do caso. No entanto, a defesa não foi informada sobre isso, e as evidências não foram catalogadas adequadamente.

Sommer decidiu que a supressão de evidências havia sido "intencional e deliberada" e imediatamente anulou o julgamento, no qual Baldwin arriscava uma sentença de até 18 meses de prisão, caso fosse considerado culpado.

Especialistas legais consideram que, após a anulação com prejuízo, é pouco provável que Baldwin volte a ser julgado por este caso.

Porém, em sua moção, os promotores argumentam que as balas "enterradas" poderiam ter sido "compradas em qualquer loja de armas dois anos e meio após a morte da senhora Hutchins" e eram "intangíveis ao caso contra o senhor Baldwin".

"Nada sobre os detalhes de como as balas reais chegaram ao set é relevante ou concreto para as acusações contra o senhor Baldwin (...) Era responsabilidade de Alec Baldwin manusear a arma cenográfica de forma segura", escreveram.

A moção também solicita que os advogados de Baldwin expliquem como souberam das balas entregues à polícia, sugerindo que "pode ser criado um registro para uma possível revisão por um tribunal superior".

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