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Poetisa Márcia Huber revela-se em 'O Lábio é Outro', livro que ela lança em Belém nesta quarta (2)

Márcia Huber, poetisa paraense radicada na Alemanha, lança "O Lábio é Outro" em Belém. Evento conta com participação musical e explora temas como identidade, memória e migração.

Eduardo Rocha

A poetisa, filóloga e tradutora Márcia Huber, paraense radicada há 35 anos em Munique (Alemanha), revela suas vivências emocionais e literárias no livro “O Lábio é Outro”, que será lançado nesta quarta-feira (2), às 20h, no Núcleo de Conexões Ná Figueiredo, em Belém. O evento terá participação do músico Kareca Braga, mesclando poesia e melodia.

“Há uma tradução da Bíblia em aramaico onde todas as expressões usadas nesse livro são traduzidas para o português ao pé da letra. Nessa tradução, não se fala de língua portuguesa ou língua alemã, mas de lábio português ou do lábio alemão. Essa ideia de mudança no órgão responsável pela criação dos fonemas da fala no campo metafórico é lábio a que me refiro no título do livro: o idioma que falo o tempo todo que não é o meu”, destaca Márcia Huber.

Com 52 poemas, a obra reflete a transitoriedade da vida, explorando temas como: Identidade cultural entre Brasil e Alemanha, memórias afetivas de Belém e a transformação da cidade, maternidade, família e existência, a complexidade de expressar-se em outro idioma.

“Entre outras coisas, os poemas deste livro passeiam pela memória, pelo lugar que perdi ao sair de Belém e que não existe mais, a não ser dentro de mim. Escrever é correr o risco de, talvez, esbarrar nesse lugar. Agarrar o que escapa ao esquecimento e à indiferença do tempo com sua infinidade de dias. Escrevo porque, mesmo sabendo que é praticamente impossível chegar a este lugar, alguma coisa me impele a tentar e me diz que vale a pena insistir”, pontua Márcia.

O título faz referência à metáfora do “lábio” como símbolo da fala e da adaptação a novas línguas. Em versos como “envelheço em outro idioma / e invento a minha história”, Márcia traduz a experiência de viver entre culturas.

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Da pandemia à publicação: a gênese da obra

Durante a pandemia, a autora participou da Oficina de Poesia de Carlito Azevedo, onde descobriu a força de seus escritos. Originalmente focada em um romance, ela reuniu poemas “perdidos em gavetas” e arquivos digitais, culminando na obra publicada pela Editora 7Letras.

Conexão com Belém e homenagem a Max Martins

Márcia destaca a influência do poeta Max Martins, seu amigo e mentor:

“Tivemos encontros, trocas de poemas e correspondências. Sua ausência me faz falta, mas sua inspiração permanece.”

O lançamento em Belém marca um reencontro com a cidade que já não é a mesma – e com uma versão dela própria transformada pelo exílio voluntário.

 “Max era muito presente na minha vida. Depois que eu fui morar na Europa, ele continuou muito próximo, mas de outra forma. Mantivemos uma correspondência assídua, profícua e enriquecedora. Nossa amizade tinha como base um afeto recíproco. A troca de experiências era linda, como era linda a nossa amizade. Eu sinto muita falta do meu amigo”, ressalta Márcia.

Próximos lançamentos

Rio de Janeiro e São Paulo receberão a autora em datas a serem anunciadas.

Por que ler “O Lábio é Outro”?

A obra é um convite a refletir sobre:

  • Como as migrações moldam quem somos;
  • A língua como ponte (ou fronteira) cultural;
  • A arte como resistência ao esquecimento.

Serviço

Data: 2 de agosto (quarta-feira)
Horário: 20h
Local: Núcleo de Conexões Ná Figueiredo. Av. Gentil Bitencourt, 449 - Nazaré, Belém 
Participação Musical: Kareca Braga

Cultura