Pinduca é o rei do carimbó e das marchinhas carnavalescas

Pinduca já gravou quatro LPs de carnaval que são compostos por músicas próprias e em parceria com outros músicos.

Bruna Lima
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Em tempos de carnaval e de resultado de vestibular, o rei do carimbó, Pinduca, recordou de sua fase áurea de produções de marchinhas carnavalescas, gênero musical que fez sucesso dos anos 20 aos anos 60. E a principal do repertório da artista é a tradicional marchinha do vestibular, que é "play" garantido durante os resultados dos processos seletivos da cidade.

Para quem não sabe, Pinduca não representa apenas o carimbó do Pará, ele também coleciona diversas marchinhas de carnaval, já que antigamente esse gênero era sucesso nos bailes carnavalescos. Pinduca já gravou quatro LPs de carnaval que são compostos por músicas próprias e em parceria com outros músicos.

"As músicas desses LP 's já podem ser achadas também em CDs. Foi uma época muito boa  do tempo de Aurora e Zé Pereira", recorda o músico

As marchinhas eram feitas a partir da necessidade de produção para os tradicionais bailes de carnaval. "Era uma época muito boa, pois o carnaval era diferente. Hoje já não tem mais isso. Está tudo modificado", destaca o artista.

Uma marchinha em especial é a marchinha do vestibular, que é tradição durante os resultados de vestibular do estado. Pinduca diz que a história da canção é especial, pois foi feita em parceria com o professor Aluap de Lacran. 

O Rei do carimbó conta que em um dos encontros com o professor, no Café Glória, um ponto de Belém muito frequentado por pensadores e artistas, foi dado início ao processo de composição. "Ele já tinha a música pronta e me mostrou. Fomos fazer a gravação e mexemos em alguns versos. E assim realizamos essa parceria", explica Pinduca.

A música foi gravada na década de 70 e é sucesso até hoje. Pinduca, em suas composições, mistura referências da América Central, das Guianas e Suriname, países próximos a região norte. As referências são nitidamente percebidas na indumentária "caribenha" do cantor Pinduca, que sempre se apresenta com um grande chapéu, uma espécie de sombreiro, repleto de pequenos adereços tropicanos.

Pinduca iniciou sua carreira aos 14 anos de idade cantando carimbó. E atendendo às demandas da indústria cultural brasileira, fez parte de uma geração de músicos que transformaram alguns Carimbós Pau e Corda do interior do Estado paraense em ritmos prontos para serem consumidos e vendidos pela indústria radiofônica. O cantor é conhecido no Estado do Pará por seu contato com os músicos carimbozeiros-raiz, ressignificando as composições do Carimbó Pau e Corda.

Em 2017, seu álbum “No Embalo do Pinduca” foi indicado ao Grammy Latino de 2017 de Melhor Álbum de Melhor Álbum de Raízes Brasileiras.

Sobre marchinha carnavalesca

Marchinha de Carnaval é um gênero de música popular que foi predominante no carnaval brasileiro dos anos 20 aos anos 60 do século XX, altura em que começou a ser substituída pelo samba enredo em razão de que as escolas de samba não queriam pagar os altos preços cobrados pelas escolas públicas do Brasil e escolheram o carnaval como momento de fazer uma grande celebração.

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