Paulo Roberto Ferreira lança romance com personagens que resistiram ao autoritarismo

"A figa verde e a misteriosa mulher de branco" conta com 72 capítulos e reflete sobre a ocupação da Amazônia no final do século 20

Juliana Mai
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O escritor e jornalista paraense Paulo Roberto Ferreira lança, nesta quarta-feira (29), o seu romance e sexto livro "A figa verde e a misteriosa mulher de branco". O evento de lançamento da obra será realizado no Sesc Ver-o-Peso, a partir das 19 horas, com uma roda de conversa e participação dos escritores Daniel Leite e Gutemberg Guerra, que discutirão sobre o romance que reflete sobre os desafios enfrentados durante a Guerrilha do Araguaia.

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O tempo apresentado no romance é o da ditadura militar que se estabeleceu no Brasil de 1964 a 1985. Com foco na Guerrilha do Araguaia, que aconteceu na Amazônia, vida do principal personagem, Djanilo, se passa nesse período. O jovem que presencia todas as repressões da época entra no palco das lutas no campo e se torna um adolescente que percorre toda a região do Araguaia, viajando por vários países, e chega à Bolívia.

"Esse personagem principal é um garoto que sempre sofreu perseguição. O pai trabalhava no serviço de proteção aos indígenas no Maranhão. Quem vivia disso era mal visto pelos fazendeiros poderosos. Por extensão, o filho também passou a sofrer repressão desde a escola. Por conta disso, ele se despede entregando o menino para um amigo, porque eles estavam sendo alvo de perseguição", explica o autor.

Segundo Paulo, o nome do livro faz menção a dois momentos retratados no decorrer dos 72 capítulos da obra. A figa verde é entregue o garoto durante a despedida. O pai dá o objeto para ele como um amuleto. 50 anos depois, o acessório é capaz de facilitar o reencontro entre os dois, porque Djanilo, já adulto, continua usando sua figa. 

image Romance será lançado nesta quarta (29) (Foto/Arquivo Pessoal)

Já a misteriosa mulher de branco está ligada a um momento enfrentado pelo jovem durante a guerrilha do Araguaia. Djanilo vai ser salvo por uma mulher toda de branco, mas depois não conseguirá mais revê-la fisicamente. "Ela vai aparecer para ele de forma mística, e não só para ele, como para outras personagens do livro, que aparecem em toda a trama", afirma o jornalista.

Paulo relembra que a ideia de retratar essa história surgiu quando ainda escrevia seu segundo livro, "Encurralados na Ponte", por volta de 2017. Enquanto elaborava a obra, ele tomou conhecimento de alguns fatos enquanto viajava por Marabá e Parauapebas, e decidiu que não iria esgotar as informações recebidas apenas no livro que trabalhava naquela época.

"Esse livro me permitiu refletir sobre os momentos acontecidos no nosso país na época da ditadura, a vivência disso, quando havia uma censura muito forte a respeito do que acontecia em nosso país, sobretudo na Amazônia, que foi a guerrilha do Araguaia. Durante muito tempo não se podia falar sobre esse tema. Como trabalhei no jornal há muitos anos, sofri censura e escrevi meu primeiro livro sobre isso, além de outros dois de contos e um de crônica, que abordam questões da região amazônica e seus conflitos."

Em "A figa verde e a misteriosa mulher de branco", o paraense reflete sobre o regime totalitário que também enfrentou na época da ditadura. Estes acontecimentos, que também o atingiram pela forma repressiva, unidos ao material pesquisado pelo jornalista ao longo dos últimos anos deram origem ao sexto livro que será lançado neste dia 29, no bairro da Campina.

(*Estagiária sob supervisão do Coordenador do Núcleo de Cultura de Oliberal.com, Abílio Dantas)

 

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