Os encontros inusitados da 25ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes
Cristina Serra, Milton Cunha, Daniel Munduruku, Alê Santos e Criola estão entre os convidados da edição.
Uma feira de encontros inusitados. A 25ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes vai trazer uma mistura de gerações, de opiniões e de linguagens artísticas, que vão desde o bate-papo do carnavalesco Milton Cunha com a artista visual Cláudia Palheta; até a conversa da jornalista Cristina Serra com o escritor indígena Daniel Munduruku, premiado no Jabuti. Achou pouco? Que tal dançar carimbó-jazz com Lia Sophia cantando “Ai menina” acompanhada pela Amazônia Jazz Band? A feira inicia no próximo sábado, 27, e vai até 4 de setembro, no Hangar Centro de Convenções.
“O nosso objetivo é fazer essa mistura, um sarau literário, algo que promova o encontro não apenas de gerações, de conceitos e de ideias. Essa é a característica da Feira Pan-Amazônica do Livro que passou também a ser das Multivozes desde 2019, pois liga o literário à oralidade, à poesia, ao teatro... dentro de um contexto dinâmico que é a produção cultural na região e no país”, descreve o secretário estadual de Cultura, Bruno Chagas.
Confira a programação aqui.
O carnavalesco e comentarista paraense Milton Cunha, radicado no Rio de Janeiro, participa pela primeira vez da feira, este ano. Ele terá um encontro sobre cultura popular com a professora e artista visual paraense Cláudia Palheta, na terça-feira, 30, às 19h. “A cultura hegemônica, branca, heteronormativa recebe recurso todos os anos, mas a cultura popular, periférica, é legada ao escanteio. A cultura popular e os seus grupos e mestres não entram no guarda-chuva das artes clássicas, europeias. A cultura popular é humana, é do povão, do empírico, do dia a dia. Vai ser ótimo celebrar o livro, o Pará e Belém”, destaca Milton, que estudou as narrativas das escolas de samba em mestrado e doutorado na UFRJ.
Outros convidados especiais serão a jornalista Cristina Serra, autora de livros-reportagem incluindo o recente “Entrevista”, e o premiado autor infanto-juvenil Daniel Munduruku, mestre e Doutor em Educação, ambos paraenses radicados no Rio e em São Paulo, respectivamente, que terão um encontro sobre o tema da Amazônia, no último dia da feira, às 19h. “É sempre uma alegria imensa participar de uma feira de livro, ainda mais em Belém, que é a minha terra”, comemora Cristina. Ela participou da feira, pela primeira vez, em 2019.
“É muito bom estar perto do público leitor. A conversa presencial é muito rica e complementa, de certa forma, o contato que você tem com o leitor por meio do livro. Vai ser uma experiência maravilhosa”. Cristina Serra e Daniel já participaram de debates juntos antes: “O Daniel tem um trabalho fenomenal, autor de mais de 50 livros, premiado, pra mim é uma honra estar ao lado dele”.
Durante os nove dias de programação, a feira terá 80 convidados, incluindo o escritor Alê Santos, autor de “O último ancestral” que vai virar série; a influencer digital Clarinha Mar, universitária do Distrito Federal que possui paralisia cerebral; a escritora, jornalista, atriz e cantora capixaba Elisa Lucinda; e a artista visual mineira Criola.
Entre os shows musicais que serão realizados durante a feira, a Amazônia Jazz Band vai se apresentar no domingo, 28, tendo como convidados Lia Sophia, Luê, Keila Gentil e Pedrinho Cavallero, que irão cantar seus sucessos com novos arranjos em jazz. O regente da AJB, maestro Eduardo Lima, antecipa que o guitarrista Kim Freitas e o trombonista Jonas Hocherman já estão trabalhando os arranjos de músicas como os carimbós “Banzeiro” e “Ai menina” e o tecnobrega “Vai tremer”. “Conseguimos usar o jazz em todos os estilos musicais. Eu gosto desses desafios de mudar de estilo, acompanhar cantores locais, mostrar outras linguagens e fazer a fusão do jazz. Será um grande prazer”, comemora.
“Será a primeira vez que irei me apresentar com a Amazônia Jazz Band. Estou feliz com esse encontro da música amazônica em suas diversas versões, da música jazz e da música popular” conta Lia, que vai cantar as autorais “Ai menina” e “Eu me chamo Amazônia”. “Acho que a orquestra vai trazer arranjos poderosos de cordas e, no caso do carimbo, misturando também tambor amazônico. Acho que vai ser uma grande pororoca de grande beleza. Essa mistura vai ficar muito bonita”, destaca.
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